Primeiro avião de combate desenvolvido 100% na Austrália desde a Segunda Guerra Mundial marca avanço estratégico do país

MQ-28 Ghost Bat é o primeiro drone 100% australiano desenvolvido em parceria com a Boeing (Imagem: Boeing/Divulgação)

Drones de combate já são componentes fundamentais das forças aéreas de muitos exércitos pelo mundo. Eles exigem muita pesquisa e anos de desenvolvimento, por isso muitos países optam por parcerias com grandes empresas dos setores de aviação ou bélico para produzi-los.

Pensando nisso, a RAAF (Força Aérea Real Australiana) e a Boeing costuraram um acordo para desenvolver o MQ-28 Ghost Bat. O drone realizou seus primeiros voos de teste para jornalistas selecionados. A ideia era apresentar as capacidades técnicas e operacionais da aeronave, segundo informações do portal New Atlas.

Drone já era sonho antigo da RAAF

O desenvolvimento do MQ-28 foi iniciado há 6 anos e concluído em abril deste ano. Ele chega como o primeiro avião compacto 100% australiano desde a Segunda Guerra Mundial. Segundo a gigante da aviação, o “fantasma”, como foi apelidado, já passou por mais de 150 horas de teste e outras incríveis 20 mil horas de simulações.

Desde a Segunda Guerra Mundial a Austrália não desenvolvia uma aeronave compacta de combate própria (Imagem: Boeing/Divulgação)
Desde a Segunda Guerra Mundial a Austrália não desenvolvia uma aeronave compacta de combate própria (Imagem: Boeing/Divulgação)

O primeiro protótipo foi entregue em maio de 2020, e o voo inaugural aconteceu em fevereiro de 2021. Desde então, oito unidades do modelo Block 1 foram entregues à RAAF.

Os testes incluíram operações autônomas, missões em conjunto com caças e até integração com a aeronave de alerta aéreo E-7A Wedgetail. O Ghost também demonstrou a capacidade de compartilhar dados em rede com outras aeronaves. Essa “habilidade” será importantíssima para o drone servir como um agregador de informações.

Futuro e aplicações

Com essas etapas superadas, o próximo passo será a evolução para o Block 2, que poderá receber armamentos a partir do fim de 2025. A aeronave tem 11,7 m de comprimento, envergadura de 7,3 m e é movida por um motor turbofan Williams FJ33, com mais de 3.700 km de alcance.

O drone foi desenvolvido para “dialogar” com outras aeronaves (Imagem: Boeing/Divulgação)

Sua ponta permite carregar sensores de reconhecimento ou sistemas de armas, o que amplia sua flexibilidade operacional. Mais do que um drone avançado, o fantasma simboliza uma mudança estratégica para a Austrália.

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O país deseja reforçar a defesa de sua costa norte e projetar poder em um cenário global cada vez mais instável. Além disso, já desperta interesse internacional, com negociações em andamento com a Polônia e até a possibilidade de uma versão naval para a Marinha dos EUA.

Inúmeras horas de voo habilitaram o drone para ser utilizado em alguns meses (Imagem: Boeing/Divulgação)

Matheus Labourdette é redator(a) no Olhar Digital

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Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.