Kleber Mendonça Filho comemora nova safra de filmes: “País do cinema”

Kleber Mendonça Filho celebra um momento importante na carreira: O Agente Secreto, filme dirigido por ele, foi selecionado para representar o Brasil na corrida pelo Oscar 2026. A produção vai disputar um lugar entre os 10 indicados de Melhor Filme Internacional na maior premiação do cinema.

Ao Metrópoles, o diretor falou com entusiasmo sobre o atual momento do cinema brasileiro, destacando a boa safra de filmes, o sucesso de Ainda Estou Aqui e a força do público brasileiro em impulsionar as campanhas dos filmes nacionais em grandes premiações.

“Eu tenho tido muita sorte de ter meus filmes em lugares muito prestigiosos pelo mundo. O Agente Secreto é um dos filmes com maior força desde o Festival de Cannes. Teve uma reação incrível da imprensa internacional e saiu premiado como Melhor Diretor e Melhor Ator, com o Wagner Moura, e o prêmio da crítica internacional. O filme só vem crescendo em prestígio e força”, destaca.

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Kleber Mendonça Filho e Wagner Moura em gravação de O Agente Secreto

Divulgação

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Kleber Mendonça Filho

HUGO BARRETO/METRÓPOLES @hugobarretophoto

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Kleber Mendonça Filho

KEBEC NOGUEIRA/METROPOLES

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Kleber Mendonça Filho no 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

KEBEC NOGUEIRA/METROPOLES

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O Agente Secreto

Reprodução

“O Oscar dá uma importância muito grande ao que você faz como profissional do cinema.”

Kleber Mendonça Filho

Oficialmente em campanha para conquistar uma indicação definitiva ao Oscar, o filme foi comprado pela Neon, empresa que ficará responsável por distribuir o filme internacionalmente. Segundo Kleber Mendonça Filho, este é mais um motivo para acreditar no sucesso de O Agente Secreto e em uma possível indicação definitiva ao Oscar.

“A Neon têm feito campanhas muito fortes, como a de Parasita, e estão organizando sessões para membros da Academia Internacional em Paris, México, Espanha e no Festival de Nova York. Eu adoro fazer esse trabalho de viajar com o meu filme, conhecer pessoas e trocar ideias”, celebra.

O Agente Secreto no Brasil

O filme estreia oficialmente nos cinemas brasileiros em 6 de novembro, mas começou a ser exibido em sessões especiais em Festivais de Cinema, como em Recife, Brasília e como previsto para ocorrer no Rio de Janeiro. “O prestígio internacional vem dando muita força para o crescimento do filme aqui no Brasil”, afirma.

Kleber Mendonça Filho aproveitou, ainda, para celebrar a mobilização dos brasileiros, que estão cada vez mais antenados e preocupados com as produções audiovisuais nacionais, o que pode impulsionar O Agente Secreto ao estrelato definitivo.

“Há uma energia muito forte dos brasileiros em relação a essa cultura da temporada de prêmios e do Oscar. O que aconteceu no ano passado com Ainda Estou Aqui foi tão incrível que me deixou impressionado”, revela ao Metrópoles.

Em seguida, o cineasta declarou:

“O público brasileiro tem uma sensibilidade muito grande para imagem do Brasil vista de fora. Quando tem um artista, um atleta, um musico, um cineasta, um filme que o público entende que é bom e que pode representar bem o país lá fora, ele se une. O Brasil é o país do futebol, mas também está se transformando no país do cinema.”

Sucesso construído

Kleber Mendonça Filho ganhou o prêmio de Melhor Diretor no Festival de Cannes, um dos mais renomados do mundo atualmente. Segundo a Variety, especializada em críticas internacionais de cinema, O Agente Secreto é cotado para concorrer em várias categorias do Oscar.

Questionado sobre o sucesso, o cineasta foi sincero:

“Não existe fórmula pronta. Eu não acho que O Agente Secreto teve nenhuma fórmula, porque é um filme muito particular. É muito difícil fazer um filme, mas eu acredito no artesanal. Eu comecei em um momento que não existiam muitos filmes em Pernambuco. Tem que ir fazendo”, acredita.

O diretor pede, também, por mais incentivos públicos que possam consolidar novas produções nacionais e manter o ritmo atual de Ainda Estou Aqui, O Agente Secreto, O Último Azul, Manas e Oeste Outra Vez.

“É importante defender as políticas públicas que garantam incentivos com consistência e  constância para que mais filmes sejam feitos. Quanto mais a gente fizer filmes, mais possibilidades de novos talentos”, finaliza.