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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, têm uma chamada de vídeo marcada para a manhã desta sexta-feira (19). Na conversa, os dois devem tratar do futuro do TikTok nos EUA e das tensões comerciais entre as maiores economias do mundo.
O encontro ocorre em meio às negociações para transferir o controle da rede social – hoje da chinesa ByteDance – para um consórcio norte-americano. A chamada também pode abrir espaço para avanços em tarifas e exportações de tecnologia.
Acordo do TikTok pode destravar impasse comercial entre EUA e China
A conversa entre Trump e Xi vai além do futuro do TikTok. A chamada pode sinalizar um degelo nas relações comerciais entre EUA e China, travadas por tarifas e restrições à exportação que afetam setores como chips e terras raras.
A ligação também pode abrir caminho para um encontro presencial entre os dois líderes, o que teria impacto direto tanto na agenda econômica quanto na geopolítica global.
TikTok no centro das negociações
O futuro do TikTok é o ponto mais sensível da conversa entre Trump e Xi. O aplicativo de vídeos curtos enfrenta risco de proibição nos Estados Unidos caso continue sob controle da chinesa ByteDance.

Para evitar o bloqueio, um “acordo inicial” prevê a transferência do comando da plataforma para um consórcio de investidores norte-americanos. A negociação se arrasta há meses e foi prorrogada diversas vezes pelo governo dos EUA.
Segundo a Euronews, esse acordo já foi delineado em negociações anteriores, mas depende da conversa entre os dois líderes para ser finalizado.
Trump costuma destacar o peso político e econômico do TikTok. Para ele, a rede social tem um “valor tremendo”, mas só poderá continuar funcionando no país se houver a separação formal de sua empresa-mãe.
Tarifas, exportações e a batalha tecnológica
Além do TikTok, Trump e Xi devem discutir o impasse comercial entre os dois países. Desde que o republicano voltou à Casa Branca, os EUA elevaram tarifas sobre produtos chineses, enquanto Pequim respondeu com restrições a insumos estratégicos.
Um dos pontos mais delicados são as exportações de terras raras, minerais usados em smartphones, carros elétricos e até aviões de combate. A China controla grande parte dessa cadeia e já limitou embarques como forma de pressão, o que preocupa Washington.

No campo tecnológico, o destaque vai para a Nvidia, empresa diretamente afetada pelos limites impostos por Washington, como lembra a Bloomberg.
A fabricante de chips enfrenta dificuldades para vender seus processadores mais avançados ao mercado chinês por causa dos controles de exportação dos EUA. Washington teme que a China use essa tecnologia para acelerar o desenvolvimento em IA e defesa.
Pequim, por sua vez, tenta conter a dependência de chips norte-americanos e incentivar a produção local. Isso cria um choque direto entre a liderança da Nvidia no setor e os esforços chineses de autossuficiência.
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Possível encontro presencial
A chamada desta sexta pode abrir espaço para uma reunião cara a cara entre Trump e Xi. Se confirmada, será a primeira vez que os dois se encontram desde a volta do republicano à Casa Branca. E deve incluir uma pauta mais ampla, com temas que vão de encomendas de aviões da Boeing a disputas geopolíticas no Mar da China Meridional.

Mais do que resolver o impasse sobre o TikTok, a conversa de sexta serve como termômetro das relações entre Washington e Pequim. O resultado pode redefinir o rumo das negociações comerciais, influenciar setores estratégicos como o de tecnologia e sinalizar até que ponto as duas maiores economias do planeta estão dispostas a reduzir tensões.