O seringueiro e ativista ambiental Raimundo Mendes, de 80 anos, conhecido como Raimundão, e primo de Chico Mendes, está internado desde o começo desta semana no hospital de Xapuri, após ser diagnosticado com uma infecção pulmonar. A família aguarda avaliação médica para decidir se haverá necessidade de transferência para Rio Branco.

Raimundão está internado em Xapuri/ Foto: Reprodução
De acordo com o filho, Rogério Mendes, em conversa com o ContilNet, o quadro de saúde é consequência de problemas respiratórios antigos. Ele tá com muita debilitação no pulmão dele, já vem enfrentando dificuldade com a questão de respiração dele há mais de 5 anos. Por conta que ele já fumou. Aquela questão da defumação da borracha. Aquele produto daquele tempo da Sudam (Superintendência de Campanhas de Saúde Pública). O DTT também, Isso afetou muito a questão do pulmão dele”, relatou.
O DDT
Durante décadas, trabalhadores da extinta Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (Sucam) no Acre atuaram no combate à malária manuseando o inseticida DDT, banido no Brasil em 2009. Os efeitos dessa exposição ainda cobram um preço alto: somente em 2015, a Associação DDT e Luta Pela Vida contabilizou 11 mortes de ex-servidores ligadas ao contato com o produto químico. A entidade calcula que mais de 240 antigos guardas de endemias já perderam a vida no estado em consequência direta do uso do pesticida.

Trabalhadores tinham contato direto com DDT e desenvolveram problemas de saúde | Foto: Reprodução
Estado de saúde de Raimundão
Segundo Rogério, o pai tem atualmente “poucos por cento do pulmão já funcionando” e a nova infecção atingiu o lado esquerdo, provocando fortes dores no peito e crises de falta de ar. Ele destacou ainda que Raimundão precisou de suporte de oxigênio para ajudar a respiração.
“Houve melhora no quadro dele, ele tava respirando por ajuda também de oxigênio, para facilitar mais para o pulmão tentar descansar e recuperar mais rápido”.
Apesar de uma pequena evolução, o filho explicou que a família segue em alerta. “Já melhorou um pouco a questão da respiração, mas ainda sente muita dor no peito e falta de ar também. Estamos fazendo vários exames para ver quais os procedimentos adotar ou se permanece aqui em Xapuri mesmo, senão a gente encaminha ele para Rio Branco, para ver outras formas mais eficazes de aliviar essa falta de ar e essa dor também”, acrescentou.