Polícia identifica e pede prisão de dois suspeitos pela execução do delegado Ruy Ferraz Fontes

A informação foi divulgada pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite

Dois suspeitos de terem executado o delegado aposentado Ruy Ferraz Fontes foram identificados após perícia da Polícia Civil. A informação foi divulgada pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite. Ele afirmou que a prisão temporária dos dois será solicitada e explicou que o primeiro suspeito foi identificado após a localização de um segundo carro usado pelos criminosos na noite de ontem.

A Polícia Científica coletou material para identificação, e identificou que o suspeito já tinha passagem pela polícia.

Ruy Ferraz Fontes foi executado a tiros em Praia Grande, SP/Foto: Prefeitura de Praia Grande e Reprodução

Pela manhã, Derrite esteve no velório do ex-delegado, realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo. Quem também compareceu foi o ex-governador de São Paulo, João Doria.

Ruy foi indicado por Doria para o cargo de delegado, função que exerceu entre 2019 e 2022. Doria classificou Rui como um homem discreto, que nunca comentava sobre as ameaças que recebia. O caixão saiu em cortejo, sobre um caminhão do Corpo de Bombeiros, até o Cemitério da Paz, no Morumbi, onde ele foi sepultado.

Ruy Ferraz foi morto nesta segunda (15), em Praia Grande, em uma emboscada. Imagens de câmeras de segurança de uma rua próxima à prefeitura mostram que os criminosos estavam à espera da passagem do delegado aposentado para armar a emboscada.

Os bandidos chegaram de carro e estacionaram às 18h02 da tarde de ontem. Eles aguardaram por 14 minutos e, às 18h16, ligaram o motor assim que o policial virou a esquina. O delegado foi alvejado por diversos disparos de fuzil assim que passou pelo carro dos criminosos.

Ele acelerou e tentou fugir, trocando tiros com os criminosos, mas foi perseguido e acabou colidindo com um ônibus, capotando cerca de 500 metros à frente, em uma movimentada avenida. Às 18h16, os criminosos o alcançaram, desceram do veículo e dispararam mais de 20 vezes para executar o ex-policial.

O prefeito da cidade litorânea, Alberto Mourão, contou que Ruy costumava andar em um carro blindado, mas que, no dia do ataque, utilizou outro veículo para ir ao trabalho e saiu mais cedo do que o habitual. O horário em que os criminosos estacionaram o carro sugere que estavam monitorando a rotina do delegado aposentado.

Uma força-tarefa com divisões especializadas da Polícia Civil foi constituída para investigar a execução. O trabalho também deve contar com o apoio do Ministério Público. A polícia trabalha com a hipótese de vingança por parte da facção criminosa PCC, que tem forte atuação no litoral paulista, já que Ruy foi um dos primeiros a investigar o grupo. No entanto, também não está descartada a possibilidade de que o assassinato tenha relação com sua atuação na Prefeitura de Praia Grande.