Olhar Digital > Pro > Petrobras pode ser referência global na transição energética, apontam estudos

Pesquisadores defendem que a empresa tem condições de mudar o rumo atual, focado em combustíveis fósseis, e liderar a transição energética

(Imagem: Donatas Dabravolskas / Shutterstock.com)

Em meio aos efeitos cada vez mais evidentes das mudanças climáticas, a transição energética se tornou uma prioridade global. Apesar de ser considerado fundamental para o futuro do nosso planeta, este processo também é um dos maiores desafios da atualidade.

No Brasil, a grande referência em energia limpa pode ser a Petrobras. Pelo menos é o que apontam dois estudos sobre o tema, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Observatório do Clima, lançados nesta semana.

Ilustração de painéis solares e turbinas geradoras de energia eólica
Pesquisadores defendem que a empresa tem condições de liderar a transição energética (Imagem: Piyaset/Shutterstock)

Segundo informações da Agência Brasil, os trabalhos defendem que a Petrobras tem condições de mudar o rumo atual, focado em combustíveis fósseis, e liderar a transição energética brasileira. A análise ocorre em um momento em que o Brasil expande a produção de óleo e gás e vê o petróleo ultrapassar a soja como principal produto de exportação, representando 13% das vendas ao exterior.

Os estudos defendem que a estatal diversifique seu portfólio e alinhe seus investimentos às metas do Acordo de Paris e do Plano Clima, que preveem neutralidade de emissões de gases do efeito estufa até 2050. Segundo os números apresentados nas pesquisas, dos US$ 111 bilhões previstos no plano de negócios 2025-2029 da estatal, apenas US$ 9,1 bilhões estão destinados a energias de baixo carbono.

Recomendação feita nos trabalhos é que a estatal congele a expansão da extração de combustíveis fósseis (Imagem: reprodução/Petrobras)

Para os economistas da UFRJ, a dependência da receita do petróleo expõe o Brasil a choques econômicos devido à volatilidade e ao caráter finito do recurso. Por conta disso, a recomendação é que a empresa congele a expansão da extração de combustíveis fósseis em novas fronteiras, como a Foz do Amazonas.

Outras sugestões apresentadas são: ampliar investimentos em pesquisa de biocombustíveis e hidrogênio de baixo carbono; retomar a atuação em distribuição e em terminais de recarga para o consumidor final; priorizar energias de baixo carbono, como hidrogênio verde, biocombustíveis de segunda e terceira geração, e combustível sustentável de aviação (SAF); alinhar o plano de negócios aos objetivos mais ambiciosos do Acordo de Paris, da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil e da Estratégia Nacional de Mitigação (Plano Clima); e realocar recursos de refinarias para a ampliação de novos combustíveis.

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Companhia garante compromisso com a transição energética (Imagem: Simon Mayer/Shutterstock)

Posicionamento da Petrobras

  • Em nota, a estatal informou ter elevado os investimentos em transição energética nos últimos anos.
  • A empresa prevê destinar US$ 16,3 bilhões para projetos de baixo carbono até 2029, representando um crescimento de 42% em relação ao plano anterior.
  • Ela cita ainda recursos estimados em US$ 5,7 bilhões para as energias de baixo carbono (eólica e solar fotovoltaica, hidrogênio e captura, utilização e armazenamento de carbono).
  • Assim como investimentos em bioprodutos (US$ 4,3 bilhões), etanol (US$ 2,2 bilhões), biorrefino (US$1,5 bilhão), biodiesel e biometano (US$ 600 milhões).

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.