Com algumas datadas em 12.000 anos, as múmias mais antigas do mundo foram descritas em um novo estudo.

Imagem: Nick Brundle Photography/Shutterstock

As múmias mais antigas do mundo parecem ter sido descobertas na Ásia, apontam os autores de um novo estudo publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences. Os restos humanos datados de até 12.000 anos foram encontrados pela equipe na China, Vietnã, Filipinas, Laos, Tailândia, Malásia e Indonésia.

Entenda:

  • As múmias mais antigas do mundo podem ter sido descobertas na Ásia;
  • Datados de até 12.000 anos, os restos humanos foram encontrados na China, Vietnã, Filipinas, Laos, Tailândia, Malásia e Indonésia;
  • Os corpos foram encontrados em posições agachadas ou de cócoras, e apresentavam alguns cortes e marcas de queimaduras;
  • A hipótese é de que os cadáveres tenham sido secos pela fumaça de fogueiras antes da mumificação.
Múmias de 12.000 anos podem ser as mais antigas do mundo. (Imagem: Matsumura et al./Proceedings of the National Academy of Sciences)

Até então, alguns dos exemplos mais antigos de múmias já descobertas datavam de cerca de 7.000 anos, localizadas em territórios que hoje correspondem ao Chile e Peru. A prática foi observada em povos de diferentes culturas ao longo da história, e “permitiu que as pessoas mantivessem conexões físicas e espirituais com seus ancestrais, ligando tempo e memória”, conta Hirofumi Matsumura, autor do estudo, ao Phys.org.

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Múmias mais antigas do mundo têm marcas de queimadura

Múmias apresentam sinais de queimadura. (Imagem: Matsumura et al./Proceedings of the National Academy of Sciences)

Como descrevem os pesquisadores no estudo, as múmias da Ásia foram encontradas enterradas em posições agachadas ou de cócoras. Análises revelaram alguns cortes e marcas de queimaduras, sugerindo que os corpos podem ter sido expostos ao calor.

A hipótese apresentada pela equipe é de que os cadáveres foram secos com fumaça em uma fogueira e, então, mumificados.

Hipótese não foi completamente confirmada, aponta especialista

Corpos podem ter passado por fogueira antes da mumificação. (Imagem: Matsumura et al./Proceedings of the National Academy of Sciences)

Também ao Phys.org, Rita Peyroteo Stjerna, especialista em evolução humana que não estava envolvida no estudo, aponta que a teoria da fumaça não foi exatamente confirmada em todos os países citados na pesquisa. 

Ainda, ela diz que as técnicas usadas para datar as múmias poderiam ter sido mais “robustas”. Apesar disso, a descoberta traz “uma contribuição importante ao estudo das práticas funerárias pré-históricas.”

Ana Julia Pilato

Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Bruno Capozzi

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.