Pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, desenvolveram um teste cognitivo, que pode ser feito pelo próprio paciente, para um diagnóstico mais preciso da doença de Alzheimer.
Segundo a equipe, o teste exige envolvimento mínimo da equipe de saúde, mas contribui para que o médico determine quais pacientes precisam de exames mais profundos para detectar a doença em seu início.

Teste avalia o tempo de resposta do paciente
No teste, explica matéria no EurekAlert!, os médicos avaliam quanto tempo o paciente leva para lembrar-se de objetos e relacionar palavras. Isso ajuda a ter uma visão mais detalhada do que os testes atuais oferecem.
O procedimento é simples. O paciente deve:
- Memorizar 10 palavras aleatórias.
- Dizer a data atual.
- Reconhecer as palavras em uma lista com 30 opções.
Os médicos observam não só se o paciente acerta, mas também a rapidez com que encontra as respostas e processa as informações.
Como os postos de saúde não têm tempo, recursos ou profissionais treinados para investigarem o Alzheimer com profundidade, diferente das clínicas especializadas em memória, o teste pode ser de extrema valia para agilizar o atendimento desses pacientes.

A atenção primária não dispõe de recursos, tempo ou conhecimento especializado para investigar a possível doença de Alzheimer da mesma forma que clínicas especializadas em memória.
Oskar Hansson, professor de neurologia na Universidade de Lund, em nota enviada à imprensa.
Para Hansson, “é aqui que ou um teste cognitivo digital pode fazer a diferença” e agilizar a resposta da equipe médica em instruir o paciente a buscar um especialista.
Alzheimer é a forma mais comum de demência

Forma mais comum de demência, o Alzheimer afeta cerca de 1,8 milhão de pessoas com mais de 60 anos no Brasil. Embora apenas 20% dos casos sejam diagnosticados, o Alzheimer causa problemas de memória, fala e linguagem, além de afetar o humor dos pacientes.
Leia mais:
- IA pode antecipar causas do Alzheimer e Parkinson, revela pesquisa
- Este pode ser um dos primeiros sinais do Alzheimer, segundo pesquisa
- Gatos podem ajudar na luta contra o Alzheimer
O diagnóstico é feito, geralmente, por meio de exames de sangue para descartar outras doenças, além de testes de memória e raciocínio que são realizados à mão para avaliar diferentes partes do cérebro, como desenhar um objeto ou fazer associações de palavras.
No entanto, esse tipo de exame de sangue, que busca as proteínas beta-amiloide e tau, ainda não está disponível pelo SUS nem são cobertos pelos planos de saúde no país, tornando o teste digital uma opção simples, barata e prática para identificar possíveis doentes.
“Nosso teste digital fornece uma primeira imagem objetiva – em estágio inicial e com maior precisão – de quais pacientes apresentam comprometimento cognitivo”, explica Pontus Tideman, doutorando do grupo de pesquisa de memória clínica da Universidade de Lund. “Isso indica quem deve prosseguir com o exame de sangue […] para detectar a patologia de Alzheimer no cérebro”.
A combinação do novo teste digital com o exame de sangue, torna o diagnóstico de Alzheimer mais preciso, permitindo que o médico tome decisões mais informadas e rápidas para iniciar o tratamento.