Moro e Guedes foram alertados sobre fraudes no INSS durante governo Bolsonaro

Um dos registros é um ofício enviado em 1º de agosto de 2019 ao ministro da Justiça, na época Sergio Moro

Novos documentos indicam que, ainda em 2019, os então ministros Sergio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia), no governo Jair Bolsonaro (PL), foram informados sobre práticas de descontos ilegais em aposentadorias do INSS. As denúncias antecipavam o esquema que mais tarde ficaria conhecido como a “Farra do INSS”, alvo de investigação da Polícia Federal.

Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Um dos registros é um ofício enviado em 1º de agosto de 2019 ao ministro da Justiça, na época Sergio Moro. O documento partiu do então diretor executivo do Procon de São Paulo, Fernando Capez, que levou ao ministro e ao secretário Nacional do Consumidor, Luciano Timm, queixas de aposentados prejudicados por cobranças abusivas. Após as reuniões, segundo a assessoria de Moro, algumas das entidades suspeitas chegaram a ser descredenciadas.

No caso de Paulo Guedes, as denúncias chegaram por meio de um requerimento de informação apresentado no Congresso Nacional. A resposta, assinada pelo então ministro em 24 de abril de 2019, foi recuperada e divulgada pelo senador Randolfe Rodrigues (PT) durante sessão da CPMI do INSS realizada no último dia 8 de setembro.

Além dos alertas encaminhados aos ministros, levantamentos mostram que o INSS também foi comunicado por ao menos quatro órgãos de fiscalização diferentes sobre irregularidades envolvendo descontos em benefícios previdenciários.

A revelação reforça a tese de que integrantes do governo federal tiveram acesso a informações sobre fraudes contra aposentados anos antes do escândalo ganhar repercussão nacional.