Doença foi causada por nuvem tóxica liberada pelo colapso das torres gêmeas e já matou mais pessoas do que o próprio ataque terrorista
O dia 11 de setembro de 2001 entrou para a história. Na data, terroristas da organização fundamentalista islâmica Al-Qaeda promoveram uma série de ataques contra alvos nos Estados Unidos. O mais famoso foi a colisão de dois aviões no World Trade Center, em Nova York.
O caso gerou repercussão global, dando início a uma guerra contra o terrorismo que culminou em guerras no Oriente Médio. E mesmo 24 anos depois, o impacto da tragédia continua vivo nos sobreviventes em forma de doença.

Quase 50 mil casos já foram identificados
Dados do World Trade Center Health Program, divulgados em junho deste ano, revelam que 48,5 mil pessoas já foram certificadas com câncer associado ao ataque terrorista de 2001. Entre estes pacientes estão sobreviventes civis e equipes de resgate que atuaram nos escombros.
Todos eles respiraram a nuvem tóxica liberada pelo colapso das torres. A mistura de cimento, asbestos, fumaça e combustíveis queimados criou uma exposição inédita a centenas de substâncias químicas. Em alguns casos, os efeitos disso no organismo só apareceram anos depois.
Cada célula do corpo se duplica milhões de vezes ao longo da vida, e nesse processo sempre há erros. Em condições normais, o organismo corrige ou elimina essas falhas. Mas, quando a pessoa é exposta a agentes como asbestos, benzeno, sílica e chumbo, esses mecanismos de defesa ficam comprometidos. O resultado é uma reprodução celular desorganizada, com mutações que escapam ao controle e aumentam a chance de surgirem tumores.
Stephen Stefani, da Oncoclínicas e da Americas Health Foundation,
No total, são 24,6 mil casos relacionados a profissionais que atuaram nos resgates e 23,9 mil a civis. Destes, mais de 8.200 já morreram, sendo 3.767 em decorrência de câncer. Isso significa que há mais vítimas causadas pelo “câncer do 11 de setembro” do que mortos no dia do atentado (2.977 óbitos). As informações são do G1.
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‘Câncer do 11 de setembro’: quais os tipos mais observados:
- Câncer de pele não melanoma: 15,5 mil casos;
- Próstata: 10,9 mil;
- Mama feminina: 4 mil;
- Melanoma de pele: 3,2 mil;
- Linfoma: 2,1 mil;
- Tireoide: 2,1 mil;
- Pulmão e brônquios: 1,6 mil.
Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.