Fugir da gripe é praticamente impossível. Esta infeção viral respiratória contagiosa é causada pelo vírus Influenza e se manifesta com sintomas como febre, tosse, dor de garganta, dores musculares, dor de cabeça e mal-estar. 

A transmissão ocorre por gotículas respiratórias ao tossir, falar ou espirrar, ou por contato com superfícies contaminadas. Uma das melhores formas de se prevenir é com a vacinação anual, mas uma nova descoberta pode mudar este cenário.

Eficácia contra quase todas as cepas da gripe

• Os medicamentos disponíveis atualmente contra a gripe têm como alvo as enzimas virais.
• O problema é que o vírus sofre mutações constantemente, o que diminui os efeitos dos tratamentos.
• Por outro lado, uma nova terapia com anticorpos forneceu proteção duradoura contra a doença e resistiu a mutações virais, mesmo após exposição repetida por mais de um mês.
• Pesquisadores do The Jackson Laboratory (JAX), nos Estados Unidos, testaram essa combinação de remédios em camundongos.
• Segundo eles, ela se mostrou eficaz contra quase todas as cepas de gripe.
• O próximo passo é testar a segurança e a eficácia do tratamento em pessoas.
• As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Science Advances.

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Resultados bastante promissores

Durante o trabalho, os cientistas projetaram anticorpos monoclonais adaptados para atingir o M2e de células de hibridoma. Os camundongos receberam injeções com esses anticorpos antes ou depois da infecção viral. As análises mostraram que esse tratamento resultou em taxas de sobrevivência de até 88%, mesmo contra cepas altamente patogênicas como a gripe aviária H7N9.

Esta é a primeira vez que vimos uma proteção tão ampla e duradoura contra a gripe em um sistema vivo. Mesmo quando aplicamos a terapia dias após a infecção, a maioria dos camundongos tratados sobreviveu.

Silke Paust, imunologista da JAX e autora do estudo

Uma das descobertas mais empolgantes é que a combinação permaneceu eficaz mesmo quando administrada até cinco dias após a infecção. Os camundongos tratados em três dias tiveram uma taxa de sobrevivência de 100% e até 60% quando tratados cinco dias depois. Isso é importante para aplicações no mundo real, já que as pessoas geralmente iniciam o tratamento após o aparecimento dos sintomas.

A terapia não apenas reduziu as taxas de mortalidade, mas também diminuiu os níveis de vírus pulmonares e aliviou a gravidade da doença. Em experimentos de longo prazo, os pesquisadores não encontraram evidências de mutações ou resistência dos vírus contra o coquetel de anticorpos triplos.