Quem é o homem que concretou corpo da mãe e esquartejou namorada no RS

O suspeito, um homem de 66 anos, estava foragido há cerca de um ano; em 2018, ele foi condenado por homicídio e porte ilegal de arma

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu, nesta sexta-feira (5/9), um homem acusado de esquartejar a namorada e deixado parte do corpo dentro de mala na rodoviária de Porto Alegre (RS). O suspeito, identificado como Ricardo Jardim, 66 anos, já havia sido preso por outro crime hediondo, matar e cobrir com concreto o corpo da própria mãe.

Ricardo Jardim foi condenado em 2018 após matar e concretar o corpo da própria mãe/Foto: Bruna Faraco/TJRS

Segundo a PCRS, ele conseguiu fugir do presídio e estava há cerca de um ano foragido. O criminoso foi condenado a 28 anos de prisão em 2018, mas o crime foi cometido em 2015. Na época, a crueldade da morte de Vilma Jardim, então com 76 anos, chocou Porto Alegre e todo o estado.

Após ser preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, Ricardo confessou que matou a mãe após uma discussão por questões financeiras. O pai dele havia morrido meses antes e deixado uma herança de R$ 400 mil.

O criminoso revelou ainda que deixou o corpo da mãe embaixo da cama por uma semana, depois comprou um armário sob medida e concretou o corpo da vítima dentro dele. Para disfarçar o odor, ele espalhou borra de café pelos cômodos.

Em 2018, durante o julgamento, ele passou a afirmar que a mãe teria morrido após levar uma queda. Ele foi condenado a 27 anos pelo homicídio e um ano por porte ilegal.

Requintes de crueldade

O novo caso do qual o foragido é suspeito também mostra o uso de crueldade e frieza. Em coletiva de imprensa, o delegado Mario Souza afirma que o assassinato da então namorada foi cometido em 9 de agosto e dividido em etapas.

Parte do corpo da vítima foi encontrado 13 de agosto em uma sacola por um morador na Rua Fagundes Varela, no Bairro Santo Antônio. Uma semana depois, outras partes em uma mala na rodoviária. Segundo o delegado, ele ainda iria abandonar o crânio da vítima em outro local e, após isso, tirar a própria vida.

Para os investigadores, o criminoso se expôs propositalmente ao deixar a mala em local público com intenção de “afrontar a sociedade, o estado e a polícia”. “Ele se expõe ali abertamente. É uma pessoa que tem uma capacidade criminosa já comprovada na sociedade”, comenta o delegado. “Nós estávamos preocupados de que ele pudesse matar outra mulher ou outro homem que cruzasse no caminho dele nesses dias”.

A Polícia suspeita ainda que ele seja o autor de denúncias falsas feitas nos últimos dias sobre o caso. “Parecia que ele estava tentando controlar os atos da polícia, tentando estar um passo à frente”, afirma Mario Souza.

O homem foi preso na madrugada desta sexta-feira (5/9) em uma pensão, onde foi descoberto que havia começado a elaborar um plano de fuga do país.