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Túnel Santos-Guarujá: empresa portuguesa vence leilão

Túnel Santos-Guarujá: empresa portuguesa vence leilão

A empresa portuguesa Mota-Engil Latam Portugal venceu o leilão do primeiro túnel submerso do Brasil, que ligará as cidades de Santos (SP) e Guarujá (SP), no litoral paulista.

As propostas foram abertas durante cerimônia na sede da B3, a bolsa de valores, em São Paulo (SP). O valor do investimento está estimado em aproximadamente R$ 6,8 bilhões. Além da empresa vencedora, a Acciona Concesiones, da Espanha, também disputava o certame.

Visão aérea da região onde túnel entre Santos e Guarujá será construído
Visão aérea da região onde túnel entre Santos e Guarujá será construído (Imagem: Reprodução/Governo federal)

“É uma grande honra. […] Temos a certeza que iremos cumprir com nossas obrigações e esperamos iniciar a obra o mais rápido possível”, afirmou o vice-presidente da Engil-Mota, Manuel António da Fonseca Vasconcelos da Mota.

Parceria e escopo

O túnel será realizado por meio de uma parceria entre os governos estadual e federal, com participação da iniciativa privada — responsável pela construção, operação e manutenção da estrutura. O projeto deve se tornar a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.

Com 1,5 km de extensão total, estima-se que pelo menos 870 metros sejam submersos. Segundo o edital, as obras devem ser concluídas até 2030. A infraestrutura permitirá o tráfego de veículos de passeio, transporte público, caminhões, bicicletas e pedestres. Atualmente, cerca de 78 mil pessoas atravessam diariamente entre as duas margens com barcos pequenos e balsas.

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Reprodução artística de como será o túnel submerso (Imagem: Reprodução/Prefeitura de Santos)

Túnel centenário e disputa de protagonismo

Como será a construção do túnel

Segundo o governo, diferentemente dos túneis escavados em rocha — como os de metrô —, o modelo submerso que ligará Santos e Guarujá será composto por grandes blocos de concreto, pré-moldados em docas secas e dotados de câmaras internas de ar.

“Cada peça é construída em terra firme, testada e, depois, transportada por flutuação até o local de instalação. Lá, os blocos são cuidadosamente afundados, encaixados no leito do canal e protegidos por camadas de areia e pedras”, informou o Ministério de Portos e Aeroportos.

A escolha dessa técnica considerou principalmente o solo da região, composto por argilas moles e sedimentos fluviais, que não oferece estabilidade suficiente para escavações profundas. “Além disso, o túnel imerso apresenta vantagens ambientais e urbanas, exigindo menos desapropriações, reduzindo o impacto visual e permitindo uma execução mais rápida e eficiente”, afirmou o ministério em nota.

A construção de uma ponte foi descartada devido às restrições da Base Aérea de Santos e ao intenso tráfego de navios no canal portuário.

Obra é fruto de parceria entre os governos de São Paulo, liderado por Tarcísio de Freitas, e o federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Imagem: Ricardo Stuckert/PR)

Passo a passo da obra

De acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos, o processo seguirá “etapas rigorosas para garantir precisão e segurança”.

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