A deputada Michelle Melo (PDT) foi a convidada desta segunda-feira (2) no podcast Em Cena, do ContilNet. Durante a entrevista, a parlamentar, que atua como representante da área da Saúde na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), comentou sobre o andamento do projeto do novo Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) da categoria.

A parlamentar reconheceu que dificilmente todas as demandas serão atendidas de maneira plena, mas acredita que haverá avanços: Foto/ Reprodução
Ela fez questão de destacar a postura do Governo do Estado e do secretário de Saúde, Pedro Pascoal, no processo de diálogo sobre o plano. “Eu sempre gosto de dizer que preciso ser justa e honrar. Não tenho como não reconhecer o Governo do Estado, na pessoa do secretário Pedro Pascoal, nesse sentido. No sentido de se colocar à disposição para construir um PCCR da Saúde e trazer essa pauta à tona novamente para discussão. Não é uma pauta fácil, mas é necessária”, declarou.
Para a deputada, o novo plano é fundamental para corrigir injustiças históricas e garantir melhores condições aos profissionais, especialmente aos que já se encontram em idade avançada. “Os profissionais da Saúde sofreram muito durante a pandemia. Não podemos esquecer que é uma categoria que, quando o mundo parou, estava lá trabalhando. Não tem como querer uma saúde pública de qualidade se não cuidamos do profissional de Saúde. Hoje, por conta do PCCR atrasado, há profissionais idosos que trabalharam a vida inteira e não se aposentam porque perdem muitos direitos e ficam com salários ínfimos. Eles precisam continuar na ativa, fazendo plantões extras, sem nunca conseguir descansar. Tudo isso por falta do novo PCCR”, explicou.
Outro ponto mencionado por Michelle foi a contratação da Fundação Dom Cabral para conduzir os estudos do plano, o que, segundo ela, trouxe imparcialidade ao processo. “Essa questão da atualização do PCCR veio à tona no Governo do Estado do Acre, com o secretário Pedro Pascoal, que tomou uma atitude louvável: se isentar de construir diretamente esse PCCR. Trouxe uma equipe de fora para se reunir com a categoria. Isso é muito interessante, pela imparcialidade. A gestão se colocou de forma neutra. Algumas categorias ainda não se enxergaram, como a dos especialistas. Eles não estão satisfeitos, mas conseguimos que a Sesacre os ouvisse novamente e apresentasse uma nova proposta”, ressaltou.
A parlamentar reconheceu que dificilmente todas as demandas serão atendidas de maneira plena, mas acredita que haverá avanços. “O processo é louvável, de construção. E acredito que venha aí algo que nos valorize. Vai ser do jeito que queríamos? Acredito que não. Nós temos uma categoria da Saúde muito plural. Não acredito que consigamos contemplar a todos a contento, mas haverá avanços, e isso me deixa mais tranquila. O que eu não sei — e isso é outra etapa — é se essa construção chegará a um final feliz. É preciso que o Estado escolha, lá na frente, se vai querer contemplar a categoria da Saúde. Porque pode ter havido uma boa construção do PCCR, mas ele só vai se consolidar se passar pela Aleac, for aprovado e o Governo abraçar essa causa. Infelizmente, não há orçamento para todas as categorias. Qual será priorizada? Precisamos ver as cenas dos próximos capítulos”, concluiu.
Segundo a Secretaria de Saúde, o documento final do PCCR deverá ser entregue até 30 de setembro.