Olhar Digital > Pro > Quem ganha? EUA e China seguem caminhos opostos na corrida da IA

Enquanto os EUA buscam máquinas de IA que superem o raciocínio humano, a China aposta no uso do que já existe

Imagem: Knight00730/Shutterstock

Bandeira da China

Tudo sobre China

Bandeira dos Estados Unidos

Tudo sobre Estados Unidos

Os Estados Unidos e a China estão em frentes distintas na disputa pela inteligência artificial.

No Vale do Silício, empresas como Google, Meta e OpenAI investem bilhões de dólares e enormes quantidades de energia em busca da chamada inteligência artificial geral — máquinas capazes de igualar ou até superar o raciocínio humano.

Defensores dizem que, se alcançada, essa tecnologia poderia transformar desde a ciência até a guerra, comparável em impacto à invenção da bomba atômica.

Bandeira da China ao fundo com os dizeres
Enquanto o Vale do Silício busca a próxima revolução, Pequim investe em usos práticos e acessíveis (Imagem: Pixels Hunter/Shutterstock)

China quer aplicações mais práticas para a IA

  • Já a China aposta em uma rota mais pragmática.
  • Em vez de priorizar a “superinteligência”, o governo de Xi Jinping pressiona o setor a desenvolver aplicações práticas, acessíveis e imediatamente úteis, desde correção de exames e previsões meteorológicas até hospitais apoiados por IA e fábricas automatizadas.
  • Pequim tem injetado bilhões em fundos estatais, apoiado startups e incentivado modelos de código aberto, enquanto cidades lançam programas locais sob a campanha “IA+”.

As restrições dos EUA ao fornecimento de semicondutores de ponta também obrigaram a China a buscar alternativas mais viáveis.

Leia mais:

Emabte entre China e Estados Unidos
Com visões distintas, EUA e China disputam o domínio da inteligência artificial (Imagem: William Potter/Shutterstock)

Quem toma a dianteira?

Para analistas ouvidos pelo Wall Street Journal, essa abordagem pode se mostrar estratégica: se a inteligência artificial avançada demorar décadas para se materializar, a China poderá sair na frente explorando plenamente o potencial da tecnologia atual.

“O governo chinês vê a IA como algo a ser aproveitado aqui e agora, não como um sonho distante”, disse Julian Gewirtz, ex-funcionário do Conselho de Segurança Nacional dos EUA.

Enquanto isso, nos EUA, o entusiasmo em torno da IA geral começa a dar sinais de cansaço, após lançamentos decepcionantes e alertas sobre bolha de investimento. O duelo entre ambição futurista e pragmatismo imediato pode definir quem liderará a tecnologia mais estratégica do século XXI.

Ilustração de inteligência artificial nos Estados Unidos
Ambição dos EUA e pragmatismo chinês marcam a corrida global da IA (Imagem: Pixels Hunter/Shutterstock)

Leandro Costa Criscuolo

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.