Moscou anunciou o bloqueio parcial de chamadas como resposta a atividades de sabotagem, terrorismo e extorsão no aplicativo
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A Rússia começou a restringir, parcialmente, as chamadas no WhatsApp. A justificativa é que a rede social estaria sendo usada para atividades de sabotagem, terrorismo e extorsão, segundo o órgão regulador das comunicações russo, Roskomnadzor.
Em resposta, a Meta, dona da plataforma, acusou Moscou de tentar impedir que milhões de russos acessem comunicações seguras. O impasse ocorre em meio aos esforços do Kremlin de desenvolver uma mídia social doméstica.

Segundo reportagem da Reuters, os serviços de mensagens de texto e de voz não foram afetados até o momento. A restrição das chamadas acontece após a piora das relações da empresa com o governo russo em meio à guerra na Ucrânia.
Ainda em 2022, a Meta foi designada como uma organização extremista na Rússia. Dessa forma, Moscou decidiu pelo bloqueio do Facebook e do Instagram no país, mas deixou o WhatsApp continuar funcionando.
Recentemente, no entanto, membros do governo e do parlamento russo ameaçaram banir a plataforma de mensagens. Desde então, reclamações sobre o serviço aumentara. A estimativa é que cerca de 97,3 milhões de pessoas utilizem a rede social no país.
Em resposta, a Meta afirmou que “o WhatsApp é privado, criptografado de ponta a ponta e desafia as tentativas do governo de violar o direito das pessoas à comunicação segura”. A empresa ainda destacou que “é por isso que a Rússia está tentando bloqueá-lo”.
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- O recente ataque contra a mídia social faz parte dos esforços do governo russo para reduzir sua dependência de plataformas estrangeiras.
- O presidente Vladimir Putin assinou, em junho deste ano, uma lei autorizando o desenvolvimento de um aplicativo de mensagens apoiado pelo Kremlin.
- A ideia é que a plataforma MAX seja muito semelhante ao WhatsApp, mas fique sob controle do Estado.
- No mês passado, a Human Rights Watch divulgou um relatório apontando que a Rússia tem “expandido meticulosamente [suas] ferramentas legais e tecnológicas para transformar a da internet em um fórum rigidamente controlado e isolado”.
Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.