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Quais eram os cheiros na Roma antiga?

Quais eram os cheiros na Roma antiga?

A cidade de Roma foi por muito tempo o centro do principal império do mundo. No auge da era romana, multidões se aglomeravam para ver espetáculos nas famosas arenas e teatros, enquanto o exército garantia a expansão dos territórios.

Todos os exemplos daquele período estão relacionados com imagens e sons. No entanto, sabemos pouco sobre os aromas deste mundo antigo. Não podemos, é claro, voltar no tempo para cheirar, mas textos literários, vestígios físicos de estruturas e até alguns objetos nos oferecem algumas pistas.

Romanos são famosos por seus banhos públicos (Imagem: rarrarorro/Shutterstock)

Cadáveres no meio da rua e outros cheiros nada agradáveis

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Perfumes eram usados para mascarar parte dos odores

O autor destaca que, em um mundo desprovido dos modernos produtos perfumados de hoje e onde o banho diário não era uma realidade para boa parte da população, os antigos assentamentos romanos certamente cheiravam a odor corporal. A literatura clássica narra algumas receitas de pasta de dente e até de desodorantes para minimizar o mau cheiro.

Muitos dos desodorantes deveriam ser usados por via oral (mastigados ou engolidos) para evitar o mau cheiro nas axilas. Para fazer um deles, fervia-se a raiz do cardo dourado em vinho fino para induzir a micção (que, segundo se pensava, eliminava o odor).

Thomas J. Derrick, pesquisador da Universidade Macquarie

A cidade de Roma deveria reunir diversos cheiros fortes e não tão agradáveis (Imagem: 2023 Flyover Zone, Inc. Todos os direitos reservados.)

Apesar da fama, os banhos romanos provavelmente não eram tão higiênicos. Uma pequena banheira em um banheiro público podia acomodar de oito a 12 pessoas. Os romanos tinham sabão, mas ele não era comumente usado para higiene pessoal. O azeite de oliva (inclusive o óleo perfumado) era o preferido. Ele era raspado da pele com um strigil (uma ferramenta curva de bronze). Essa combinação de óleo e pele era então descartada. Os banheiros tinham ralos, mas como o óleo e a água não se misturam, era provável que ficassem bastante sujos.

Os romanos tinham perfumes e incensos. As gorduras animais e vegetais eram infundidas com aromas – como rosa, canela, íris, incenso e açafrão – e eram misturadas com ingredientes medicinais e pigmentos. As rosas de Paestum, na Campânia (sul da Itália), eram particularmente apreciadas, e uma loja de perfumes chegou a ser escavada no fórum romano da cidade.

Thomas J. Derrick, pesquisador da Universidade Macquarie

Estátuas romanas tinham cheiros mais agradáveis (Imagem: Vasilis_Liappis/Shutterstock)

Há evidências de que até mesmo estátuas antigas podiam ser perfumadas com óleos. As fontes frequentemente não descrevem o cheiro dos perfumes usados para ungir as estruturas, mas um perfume predominantemente à base de rosas é mencionado especificamente para essa finalidade em inscrições da cidade grega de Delos (na qual os arqueólogos também identificaram oficinas de perfumes).

Realçar o aroma das estátuas, especialmente as de deuses e deusas, era importante para sua veneração e adoração. Além disso, ajudava a mascarar os odores de dejetos humanos, fumaça de madeira, podridão e decomposição, cremação de carne, cozimento de alimentos, perfumes e incenso e muitas outras coisas. Parece bastante horrível viver nestas condições, mas os romanos provavelmente acreditavam que esse devia ser o cheiro da civilização mais avançada do mundo.

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