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Corpos de detentos foragidos de presídio em Rio Branco são achados carbonizados na divisa do Acre

Os Manchineri aprofundam o conhecimento sobre os costumes dos Mascho Piro, considerados nômades/Foto: Lucas Manchineri

Na tarde de quinta-feira (7), equipes da Polícia Civil do Acre localizaram restos mortais carbonizados em uma área de difícil acesso, próxima à divisa entre Capixaba (AC) e a Bolívia. Os corpos estariam ligados a um grupo de detentos que fugiram recentemente do Presídio Francisco de Oliveira Conde, situado em Rio Branco.

Residência incendiada onde a Polícia Civil do Acre encontrou corpos carbonizados na divisa entre Capixaba (AC) e a Bolívia/Foto: ContilNet

As vítimas teriam sido encontradas dentro de uma casa completamente destruída pelo fogo, situada em um ramal da Vila Mapajo. De acordo com as informações preliminares, havia cinco foragidos no imóvel no momento do incidente. No local, foram recuperados dois corpos inteiros e diversos fragmentos ósseos, entre eles um crânio humano, sugerindo a existência de ao menos três vítimas fatais.

A cena foi descrita como brutal: partes de corpos estavam espalhadas ao redor da propriedade. A polícia trabalha com a hipótese de que porcos que circulavam livremente no terreno possam ter devorado partes dos cadáveres e carregado ossos para áreas de mata e cursos d’água próximos.

Área rural próxima à residência incendiada, local de buscas dos foragidos do Presídio Francisco de Oliveira Conde/Foto: ContilNet

As investigações iniciais indicam que o episódio pode ter origem em um conflito interno dentro da facção criminosa Comando Vermelho. A suspeita é que os envolvidos tenham cometido um delito em território boliviano, o que teria provocado um acerto de contas entre membros do próprio grupo, resultando nas mortes e no incêndio da residência.

Perímetro isolado pela polícia para perícia no local do crime envolvendo fugitivos do presídio em Rio Branco/Foto: ContilNet

Autoridades já tratam o caso como homicídio qualificado. A apuração conta com o envolvimento da Polícia Civil de Plácido de Castro, que, com autorização formal da Bolívia, enviou agentes para cruzar a fronteira em uma ação conjunta com as forças policiais do país vizinho. O objetivo foi buscar vestígios dos desaparecidos.

Corpos carbonizados das vítimas encontradas na residência incendiada foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para identificação e perícias/Foto: ContilNet

Informações apuradas apontam que ao menos 15 foragidos do sistema penitenciário acreano estariam escondidos na zona rural boliviana. Relatos indicam que fazendeiros com vínculos com a facção teriam oferecido abrigo aos criminosos.

A confirmação da identidade das vítimas só poderá ser feita após exames detalhados, incluindo testes de DNA. Os restos mortais recolhidos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para análises periciais.

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