Cancelamento de contratos de tecnologia geram desconfiança sobre preparo americano para futuras pandemias
Pelo menos uma dúzia de países busca desenvolver suas próprias vacinas diante da crescente desconfiança de que os Estados Unidos terão imunizantes prontos para a próxima pandemia, afirmou Noubar Afeyan, fundador da Flagship Pioneering, investidora e criadora de empresas de biotecnologia. As informações são da Bloomberg.
Historicamente, muitas nações dependeram dos EUA para produzir vacinas distribuídas globalmente — como ocorreu com as doses contra a Covid-19, desenvolvidas pela Pfizer Inc. e Moderna Inc., adotadas pelo governo americano e aplicadas em dezenas de milhões de pessoas no mundo.

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EUA interrompeu investimento em vacinas
- O cenário mudou quando, sob a liderança do secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., Washington encerrou contratos voltados à produção de vacinas com tecnologias inovadoras.
- “Não creio que eles vão apenas ficar sentados dizendo que tudo vai dar certo na próxima pandemia”, disse Afeyan.
- Ele destacou o aumento da demanda internacional por conhecimento para projetar e fabricar imunizantes localmente.
Segundo ele, a preocupação não é recente: já havia começado após a última pandemia, mas se intensificou com o temor de que o financiamento para novas vacinas desacelere ou seja interrompido.
O exemplo mais recente veio na semana passada, quando o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA anunciou o cancelamento de 22 contratos — somando quase US$ 500 milhões — para o desenvolvimento de vacinas baseadas em RNA mensageiro.
Kennedy, crítico declarado da vacinação, afirmou que os recursos serão redirecionados para outros programas de imunização.
Colaboração para o Olhar Digital
Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.