MP cobra implantação de hemodiálise em Sena Madureira e dá 90 dias para providências

No despacho, o promotor relembra o caso do missionário italiano padre Paolino Baldassari, que morou por décadas em Sena Madureira

O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) abriu um procedimento administrativo para fiscalizar a implantação do serviço de hemodiálise em Sena Madureira. A iniciativa, conduzida pelo promotor de Justiça Júlio César de Medeiros, busca assegurar que pacientes renais crônicos da cidade tenham acesso ao tratamento sem a necessidade de viagens constantes até Rio Branco, onde as sessões atualmente são realizadas.

O órgão requisitou à Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) que, no prazo de 90 dias, adote providências/Foto: Reprodução

No despacho, o promotor relembra o caso do missionário italiano padre Paolino Baldassari, que morou por décadas em Sena Madureira e, em 2016, precisou ser transferido em estado grave para a capital a fim de realizar hemodiálise. Para o MPAC, situações como essa escancaram os riscos e sacrifícios impostos à população diante da falta de estrutura local.

O órgão ressalta que os deslocamentos frequentes não apenas comprometem a saúde dos pacientes, mas também geram custos físicos, emocionais e financeiros elevados, configurando afronta ao princípio da dignidade da pessoa humana.

Com isso, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) foi notificada a tomar providências no prazo de 90 dias, incluindo a contratação de empresa especializada em terapia renal substitutiva. A proposta é instalar o serviço no prédio da antiga biblioteca municipal — espaço que já abrigou o Hospital Geral. O MPAC também solicitou que a Prefeitura se manifeste oficialmente sobre a cessão do imóvel para essa finalidade.

Segundo o Ministério Público, a implantação do atendimento de hemodiálise em Sena Madureira representará um marco na interiorização da saúde no Acre, garantindo maior qualidade de vida e acesso digno ao tratamento para a população local e da região.