O menino Moisés Falk da Silva, de 4 anos, encontrado morto no domingo (18) em Florianópolis, já havia sido atendido em serviços de saúde anteriormente com sinais de violência. O laudo preliminar do Instituto Médico Legal apontou marcas de mordida no rosto e hematomas no tórax e nas costas, compatíveis com agressões físicas.

A criança tentou pedir ajuda antes do ocorrido/Foto: Reprodução
Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o caso evidencia falhas no sistema de proteção da criança e do adolescente, reforçando a suspeita de que Moisés era vítima de violência recorrente.
Em 22 de maio, a criança deu entrada na emergência do Hospital Infantil Joana de Gusmão apresentando manchas roxas no rosto, orelhas, abdômen e lábio. O padrasto alegou que Moisés havia caído da cama. No prontuário, foram registradas escoriações nos dedos da mão direita, compatíveis com defesa, mas sem lesões na palma. O caso foi considerado sugestivo de maus-tratos.
Durante o atendimento, a mãe relatou que, em abril, ocorreu situação semelhante, atribuindo as agressões a uma babá que, posteriormente, foi afastada. O hospital classificou o quadro como síndrome de maus-tratos e notificou o Conselho Tutelar, a Polícia Civil e a vigilância epidemiológica, seguindo os protocolos legais.
Após a morte de Moisés, a Polícia Civil abriu inquérito pela Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (Dpcami) para apurar as circunstâncias das agressões. A corporação informou que cerca de 200 inquéritos desse tipo foram instaurados apenas em 2025.
O casal responsável pela criança foi preso em flagrante. A mãe, grávida de seis meses, foi liberada mediante medidas cautelares, enquanto o padrasto, Richard da Rosa Rodrigues, de 23 anos, permanece detido como principal suspeito.
O Conselho Tutelar de Florianópolis ressaltou que os atendimentos realizados pelo órgão são sigilosos, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Com informações do ND Mais