Marina é ovacionada durante a FLIP e cobra veto de Lula no ‘PL da Devastação’; ASSISTA

A ministra citou influências como Chico Mendes, Edgar Morin, Gilles Deleuze, Marilena Chauí, Florestan Fernandes, Benedita da Silva, Alfredo Sirkis, Fernando Gabeira e Lula

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, foi a principal atração da mesa mais concorrida da Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), realizada na sexta-feira (1º), com público superior a 600 pessoas. Durante sua fala, Marina criticou o Projeto de Lei aprovado na Câmara dos Deputados que flexibiliza o licenciamento ambiental, conhecido por ambientalistas como “PL da devastação”.

Marina foi reverenciada durante o evento/Foto:Mathilde Missioneiro/Folhapress

A ministra afirmou que o projeto compromete os compromissos climáticos do país. “O licenciamento ambiental é a principal vértebra da proteção ambiental no Brasil. Não conseguiremos alcançar metas de redução de CO₂ se o licenciamento for mutilado, desfigurado, do jeito que está no PL como foi aprovado no Congresso”, declarou.

O projeto de lei aguarda decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem até o dia 8 de agosto para vetá-lo, integral ou parcialmente. Setores do governo resistem a vetos substanciais por receio de desgaste com a bancada ruralista e o centrão.

Durante o debate, mediado pela jornalista Aline Midlej, Marina afirmou que não se considera nem otimista, nem pessimista, mas persistente. Ela também abordou os desafios da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para ocorrer em Belém (PA) em 2025. Marina reconheceu dificuldades logísticas e críticas quanto aos custos de hospedagem na capital paraense, tema de carta enviada por 25 negociadores internacionais.

A ministra também alertou que a flexibilização das regras ambientais pode dificultar a ratificação do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. A preocupação foi reforçada por autoridades europeias presentes no Brasil, que apontam o desmatamento e a fragilidade no controle ambiental como entraves ao avanço do tratado.

Em outro momento da mesa, Marina recebeu das mãos de Alessandra Sampaio, viúva do jornalista britânico Dom Phillips, uma cópia do livro “Como Salvar a Amazônia”, obra póstuma do repórter assassinado em 2022 no Vale do Javari, ao lado do indigenista Bruno Pereira.

A ministra citou influências políticas e intelectuais como Chico Mendes, Edgar Morin, Gilles Deleuze, Marilena Chauí, Florestan Fernandes, Benedita da Silva, Alfredo Sirkis, Fernando Gabeira e o presidente Lula. Ao relembrar o assassinato de Chico Mendes, emocionou-se e reforçou sua defesa das causas ambientais.

VEJA: