O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro divulgou nesta quarta-feira (20/8) a lista oficial dos filmes selecionados para sua 58ª edição. O evento, considerado o mais longevo e tradicional do país, será realizado de 12 a 20 de setembro no Cine Brasília e em espaços culturais de Planaltina, Gama e Ceilândia.
Ao todo, serão exibidos 80 títulos distribuídos em seis mostras, incluindo as tradicionais Competitiva Nacional e Mostra Brasília, além de quatro paralelas: Caleidoscópio, Festival dos Festivais, Coletivas Identidades e História(s) do Cinema Brasileiro. Também estão previstas sessões especiais, clássicos restaurados e o Festivalzinho, voltado ao público infantil.
A competição nacional
Na Mostra Competitiva Nacional, sete longas disputam o Troféu Candango, entre eles Morte e Vida Madalena, de Guto Parente (CE), Assalto à Brasileira, de José Eduardo Belmonte (SP), e Futuro Futuro, de Davi Pretto (RS). Os 12 curtas selecionados trazem diversidade temática e geográfica, com produções do Acre, Piauí, Roraima e Mato Grosso, entre outros estados.
“Temos obras de 14 estados diferentes, cobrindo todas as regiões do país. Essa multiplicidade não foi um critério prévio, mas reforça o papel do festival como plataforma para olhares complementares sobre o Brasil”, afirmou o diretor artístico Eduardo Valente.


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BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

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Mostra Brasília e novos prêmios
Voltada às produções locais, a Mostra Brasília selecionou cinco longas e 11 curtas. Este ano, a premiação chega a quase R$ 300 mil, um aumento de 24% em relação a 2024. O Troféu Câmara Legislativa contempla tanto o júri oficial quanto o voto popular.
Entre os destaques estão Vozes e Vãos, de Edileuza Penha de Souza & Edymara Diniz, e A Última Noite da Rádio, de Augusto Borges.
Paralelas e homenagens
As mostras paralelas reforçam o caráter diverso do festival. A Caleidoscópio reúne cinco longas que transitam entre ficção, não ficção e experimental, avaliados por júris da Fipresci e de estudantes da UnB. Já a Coletivas Identidades aborda questões sociais urgentes, enquanto a História(s) do Cinema Brasileiro revisita momentos marcantes da cinematografia nacional.
Para celebrar os 60 anos da primeira edição, em 1965, serão exibidos clássicos como São Paulo S/A, de Luiz Sérgio Person, e A Falecida, de Leon Hirszman, que consagrou Fernanda Montenegro. A atriz, que participou da estreia do festival, será a grande homenageada de 2025, recebendo o Troféu Candango pelo conjunto da obra.
Outros homenageados incluem o ator brasiliense Chico Sant’Anna, a cineasta Lúcia Murat (Prêmio Leila Diniz) e a pesquisadora Ivana Bentes (Medalha Paulo Emílio Salles Gomes).
Abertura e encerramento
A cerimônia de abertura, em 12 de setembro, exibirá O Agente Secreto, novo longa de Kleber Mendonça Filho, estrelado por Wagner Moura e já premiado em Cannes e Lima. O encerramento terá a première brasiliense de A Natureza das Coisas Invisíveis, de Rafaela Camelo, destaque em festivais internacionais.

Além das telas
O festival também contará com debates, oficinas gratuitas, seminários e a 7ª edição do Ambiente de Mercado, espaço de negócios do setor audiovisual. Outra atração será a Conferência Nacional do Audiovisual, retomada em 2024 como fórum de discussão de políticas públicas para o cinema brasileiro.
Com inscrições recordes – 1.702 filmes enviados, sendo 1.396 curtas e 306 longas –, a edição deste ano reforça a vitalidade da produção nacional, que em 2025 foi reconhecida com o Oscar de Melhor Filme Internacional com Ainda Estou Aqui.
Veja a lista de filmes que serão exibidos na 58ª edição do Festival de Brasília:
Mostra Competitiva Nacional – Longas
- Morte e Vida Madalena, de Guto Parente (CE)
- Xingu à Margem, de Wallace Nogueira e Arlete Juruna (BA)
- Quatro Meninas, de Karen Suzane (RJ)
- Corpo da Paz, de Torquato Joel (PB)
- Aqui Não Entra Luz, de Karol Maia (MG)
- Assalto à Brasileira, de José Eduardo Belmonte (SP)
- Futuro Futuro, de Davi Pretto (RS)
Mostra Competitiva Nacional – Curtas
- Logos, de Britney (RS)
- Safo, de Rosana Urbes (SP)
- Dança dos Vagalumes, de Maikon Nery (PR)
- Faísca, de Bárbara Matias Kariri (AC)
- Laudelina e a Felicidade Guerreira, de Milena Manfredini (RJ)
- Boi de Salto, de Tássia Araújo (PI)
- Couraça, de Susan Kalik e Daniel Arcades (BA)
- A Pele do Ouro, de Marcela Ulhoa e Yare Perdomo (RR)
- Cantô Meu Alvará, de Marcelo Lin (MG)
- Ajude Os Menor, de Janderson Felipe e Lucas Litrento (AL)
- Replika, de Piratá Waurá e Heloisa Passos (MT)
- Fogo Abismo, de Roni Sousa (DF)
Mostra Brasília – Longas
- Vozes e Vãos, de Edileuza Penha de Souza & Edymara Diniz
- Mil Luas, de Carina Bini
- Maré Viva Maré Morta, de Claudia Daibert
- A Última Noite da Rádio, de Augusto Borges
- Menino Quem Foi Seu Mestre?, de Rafael Ribeiro Gontijo e Sandra Bernardes
Mostra Brasília – Curtas
- Notas Sobre a Identidade, de Marisa Arraes
- Dizer Algo Sobre Estar Aqui, de Vaga-mundo: poéticas nômades
- O Bicho Que Eu Tinha Medo, de Jhonatan Luiz
- A Brasiliense, de Gabmeta
- O Fazedor de Mirantes, de Betânia Victor e Lucas Franzoni
- Rainha, de Raul de Lima
- Terra, de Leo Bello
- Dois Turnos, de Pedro Leitão
- Três, de Lila Foster
- O Cheiro do Seu Cabelo, de Clara Maria Matos
- Rocha: Substantivo Feminino, de Larissa Corino e Patrícia Meschick
Mostra Caleidoscópio
- Nosferatu, de Cristiano Burlan
- Palco Cama, de Jura Capela
- Atravessa Minha Carne, de Marcela Borela
- Uma Baleia Pode Ser Dilacerada Como Uma Escola de Samba, de Marina Meliande e Felipe M. Bragança
- Nimuendajú, de Tania Anaya
- Mostra Festival dos Festivais
- Cais, de Safira Moreira
- A Mulher Sem Chão, de Auritha Tabajara e Débora McDowell
- Vasta Natureza de Minha Mãe, de Aristótelis Tothi e Inez dos Santos
- As Travessias de Letieres Leite, de Iris de Oliveira e Day Sena
Mostra Coletivas Identidades
- Pau d’Arco, de Ana Aranha
- Notas Sobre um Desterro, de Gustavo Castro
- A Voz de Deus, de Miguel Antunes Ramos
- Mostra História(s) do Cinema Brasileiro
- Relâmpagos de Críticas Murmúrios de Metafísicas, de Julio Bressane e Rodrigo Lima
- Os Ruminantes, de Tarsila Araújo e Marcelo Mello
- Anti-heróis do Udigrudi Baiano, de Henrique Dantas
Sessões Especiais
- Sérgio Mamberti – Memórias do Brasil, de Evaldo Mocarzel
- Para Vigo Me Voy, de Lírio Ferreira e Karen Harley
- O Nordeste sob a Caravana Farkas, de Arthur Lins e André Moura Lopes
- Hora do Recreio, de Lúcia Murat (Prêmio Leila Diniz)
- Ontem, Hoje e Amanhã e O Cego Estrangeiro, de Marcius Barbieri
- O Socorro Não Virá, de Cibele Amaral
- 60 anos do Festival de Brasília
- São Paulo SA, de Luiz Sérgio Person
- A Falecida, de Leon Hirszman
- Vinil Verde; Noite de Sexta Manhã de Sábado; e Recife Frio, de Kleber Mendonça Filho
Clássicos Brasileiros
- Terceiro Milênio, de Jorge Bodanzky e Wolf Gauer
- A Lenda de Ubirajara, de André Luiz Oliveira
- Viramundo, de Geraldo Sarno
- Nossa Escola de Samba, de Manuel Horacio Giménez
- Hermeto, Campeão, de Thomaz Farkas
Homenagem a Jean-Claude Bernardet
- Mensagem de Sergipe
- O Homem do Fluxo
- Vim e Irei como uma Profecia
- Homenagem a Kiarostami
Festivalzinho
- Quando A Gente Menina Cresce, de Neli Mombelli
- Hacker Leonilia, de Gustavo Fontele Dourado
- Notícias da Lua, de Sérgio Azevedo
- A História de Ayana, de Cristiana Giustino e Luana Dias
- Seu Vô e a Baleia, de Mariana Elisabetsky
- Baú, de Matheus Seabra e Vinicius Romadel
Serviço
58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
De 12 a 20 de setembro de 2025 no Cine Brasília (106/107 Sul), Complexo Cultural de Planaltina, Sescs Gama e Ceilândia
Mais informações: festcinebrasilia.com.br
