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Atirador de Minneapolis: quem é Robin Westman e sua ligação com escola católica

Robin Westman, atirador/Foto: Reprodução

Um trágico tiroteio abalou Minneapolis na manhã de 27 de agosto de 2025, quando Robin Westman, de 23 anos, abriu fogo contra a Igreja da Anunciação, matando duas crianças, de 8 e 10 anos, e ferindo 17 pessoas, sendo 14 delas estudantes. O ataque ocorreu durante uma missa matinal que celebrava o início do ano letivo na Escola Católica da Anunciação, no sul da cidade.

Westman, que usou um fuzil, uma espingarda e uma pistola, disparou através das janelas da igreja antes de cometer suicídio no local. A polícia confirmou que a mãe do atirador, Mary Grace Westman, trabalhou na escola até 2021, mas os motivos do crime ainda estão sob investigação. O caso chocou a comunidade local, que se reuniu em apoio às vítimas.

Robin Westman, atirador/Foto: Reprodução

A violência, descrita como “incompreensível” pelo chefe de polícia Brian O’Hara, ocorreu em um momento de oração, com crianças sentadas nos bancos da igreja. A tragédia gerou comoção nacional, com reações de autoridades como o presidente Donald Trump e o governador Tim Walz.

O incidente marcou o terceiro dia do ano letivo, intensificando o luto em uma comunidade já abalada por outros episódios violentos nas últimas 24 horas na cidade.

Conexão familiar com a escola

Mary Grace Westman, mãe de Robin Westman, foi funcionária da Escola Católica da Anunciação até sua aposentadoria em 2021, conforme relatado por fontes policiais à emissora KARE 11. Embora o cargo exato dela não tenha sido divulgado, a igreja destacou seus cinco anos de serviço em uma postagem no Facebook em 2021, sugerindo uma ligação significativa com a instituição. Essa relação levanta questões sobre possíveis motivações pessoais do atirador, que ainda não foram esclarecidas. A polícia informou que Westman não tinha um histórico criminal extenso, mas investigações estão em andamento para determinar se ele frequentou a escola ou teve outros vínculos com a comunidade.

O ataque foi planejado com detalhes que indicam premeditação. Segundo o chefe de polícia Brian O’Hara, Westman bloqueou portas laterais da igreja com tábuas de madeira, dificultando a fuga das vítimas. Ele também deixou um artefato descrito como uma “bomba de fumaça” no local, embora nenhum explosivo tenha sido encontrado.

Perfil de Robin Westman

Robin Westman, identificado como o atirador, tinha 23 anos e residia em Richfield, um subúrbio de Minneapolis. Em 2020, aos 17 anos, ele solicitou a mudança de seu nome de nascimento, Robert, para Robin, conforme documentos judiciais obtidos pela imprensa local. A alteração foi justificada por sua identificação como mulher, segundo o jornal Minnesota Star Tribune. Antes do ataque, Westman postou vídeos em uma conta do YouTube, agora deletada, que incluíam um suposto manifesto com referências a pensamentos violentos, um pedido de desculpas à família e um esboço da planta de uma igreja, ainda não confirmada como sendo a da Anunciação.

A polícia confirmou que Westman agiu sozinho e usou três armas no ataque: um fuzil, uma espingarda e uma pistola. Ele disparou de fora da igreja, mirando as janelas de vitrais, onde crianças e fiéis estavam reunidos. Testemunhas relataram ouvir entre 50 e 100 disparos ao longo de cerca de quatro minutos, indicando um ataque prolongado e intenso.

Reações da comunidade e autoridades

A tragédia gerou uma onda de luto e indignação em Minneapolis. O prefeito Jacob Frey criticou o uso de frases como “pensamentos e orações”, destacando que as crianças estavam literalmente orando quando foram atacadas. “Essas famílias estão sofrendo uma dor extraordinária”, disse Frey em uma coletiva de imprensa. O governador Tim Walz expressou solidariedade, afirmando que o estado está “de coração partido” e prometendo apoio às vítimas. O presidente Donald Trump anunciou que as bandeiras da Casa Branca e de edifícios federais seriam hasteadas a meio mastro até 31 de agosto em respeito às vítimas.

A comunidade local, descrita como unida, sentiu o impacto profundamente. Moradores como Bill Bienemann, que vive a poucos quarteirões da igreja, relataram choque ao ouvir os disparos. Sua filha, Alexandra, ex-aluna da escola, disse que a tragédia a deixou “doente” e insegura na vizinhança onde cresceu.

Cenário da violência em Minneapolis

O tiroteio na Anunciação ocorreu em um contexto de violência recente na cidade. Nas 24 horas anteriores, outros três incidentes armados deixaram vítimas, incluindo um ataque perto de uma escola secundária católica. Embora a polícia afirme que não há conexão entre esses eventos, a sequência de crimes intensificou o medo entre os moradores. O chefe de polícia Brian O’Hara classificou o ataque como um “ato deliberado de violência contra crianças e fiéis”, destacando a crueldade de disparar contra uma igreja cheia de estudantes.

A Escola Católica da Anunciação, que atende cerca de 370 alunos do ensino fundamental, é conhecida por sua abordagem de ensino baseada na fé. A missa matinal, realizada para marcar o início do ano letivo, era um evento tradicional da instituição. A tragédia interrompeu esse momento de celebração, deixando marcas profundas na comunidade escolar.

Investigação e próximos passos

A polícia de Minneapolis, com apoio do FBI e da ATF (Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos), continua investigando o caso. Agentes estão analisando o veículo de Westman, encontrado no estacionamento da igreja, e buscam pistas em seus dispositivos eletrônicos e redes sociais. A ATF está rastreando a origem das armas usadas no ataque, mas ainda não há informações sobre como Westman as adquiriu ou se tinha permissão para portá-las.

Vídeos postados por Westman antes do ataque, segundo a imprensa, continham mensagens perturbadoras, incluindo referências a outros atiradores e frases como “onde está o seu Deus?” e “para as crianças” escritas em seus carregadores de munição. A autenticidade desses vídeos ainda está sendo verificada, mas eles sugerem um planejamento detalhado e uma possível obsessão com ataques anteriores.

Impacto na comunidade escolar

A Escola da Anunciação, situada em um bairro residencial no sul de Minneapolis, é um ponto central para famílias da região. O ataque abalou a confiança dos moradores, muitos dos quais têm laços históricos com a instituição. Pais como Vincent Francoual, cujo filho estuda na escola, descreveram o desespero de buscar informações sobre seus filhos após o tiroteio. Estudantes como Weston Halsne, de 10 anos, relataram momentos de terror, escondendo-se sob os bancos da igreja enquanto um amigo o protegia, sendo ferido no processo.

Hospitais da região, como o Hennepin County Medical Center e o Children’s Minnesota, receberam os feridos, com idades entre 6 e 14 anos. Sete crianças foram internadas em estado crítico, e quatro precisaram de cirurgia. A rápida resposta de policiais e equipes médicas foi elogiada, mas o trauma deixado pelo ataque será duradouro.

Reações nacionais e locais

A tragédia reacendeu debates sobre a violência armada nos Estados Unidos. Líderes como o senador Chuck Schumer e o deputado Hakeem Jeffries pediram ações para conter a epidemia de tiroteios em escolas. A senadora Amy Klobuchar destacou a conexão da escola com a comunidade, enfatizando que “o sofrimento atinge toda a cidade”. Enquanto isso, moradores locais organizam vigílias e arrecadações para apoiar as famílias das vítimas.

A Igreja da Anunciação, que também serve como um centro comunitário, planeja reforçar medidas de segurança, mas ainda não divulgou detalhes. O arcebispo de St. Paul e Minneapolis, Bernard Hebda, pediu orações pelas vítimas e pela recuperação da comunidade escolar.

O tiroteio na Anunciação é um lembrete trágico dos desafios enfrentados por comunidades em todo o país diante da violência armada. A investigação em curso busca esclarecer os motivos de Westman e sua conexão com a escola, enquanto Minneapolis tenta se recuperar de mais um episódio de luto coletivo.

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