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Pais processam OpenAI por morte de adolescente envolvendo o ChatGPT

Pais processam OpenAI por morte de adolescente envolvendo o ChatGPT

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Atenção: a matéria a seguir inclui uma discussão sobre suicídio. Se você ou alguém que você conhece precisar de ajuda, procure ajuda especializada. O Centro de Valorização da Vida (CVV) funciona 24h por dia pelo telefone 188. Também é possível conversar por chat ou e-mail.

Um adolescente de 16 anos cometeu suicídio após meses pedindo dicas ao ChatGPT sobre o plano. Nesta terça-feira (26), os pais do menino abriram um processo contra a OpenAI e o CEO Sam Altman pelo caso.

A maioria dos chatbots de inteligência artificial tem recursos de segurança contra esse tipo de caso, mas o adolescente conseguiu contorná-los.

Logo da OpenAI em um smartphone que está em cima do teclado de um notebook
OpenAI respondeu ao caso (Imagem: Ascannio/Shutterstock)

ChatGPT teria respondido perguntas relacionadas a suicídio

O The New York Times relatou o caso de Adam Raine, de 16 anos. Inicialmente, ele usava o ChatGPT para trabalhos escolares. Desde novembro de ano passado, Adam começou a discutir sua própria saúde mental com o chatbot. Ele dizia estar “emocionalmente entorpecido” e não ver sentido na vida. O ChatGPT respondeu com palavras de apoio, encorajando o menino a pensar nas coisas que valiam a pena.

Em janeiro deste ano, ele voltou a tocar no assunto, mas dessa vez falando especificamente sobre métodos de suicídio. Em um dos casos, o adolescente perguntou os melhores materiais para uma corda – e o chatbot respondeu. Em vários momentos, a IA recomendou que Adam procurasse ajuda ou desabafasse sobre o que sentia, mas continuava fornecendo as respostas.

Adam se enforcou em uma corda presa no armário do quarto. Ele usava a versão paga do ChatGPT-4o.

Adolescente conseguiu contornar as restrições de segurança do chatbot (Imagem: miss.cabul/Shutterstock)

Pais processam a OpenAI

Os pais de Adam Raine vasculharam o celular do menino após o suicídio. Eles esperavam encontrar pistas do que havia acontecido em mensagens ou nas redes sociais, mas acabaram encontrando o histórico de conversas no ChatGPT.

Matt Raine, pai do menino, afirmou que “Adam era o melhor amigo do ChatGPT”. Já a mãe teve uma interpretação diferente, dizendo que “o ChatGPT matou meu filho”.

Nesta terça-feira, os dois abriram um processo no tribunal estadual da Califórnia contra a OpenAI e o CEO Sam Altman pelo caso.

A desenvolvedora se pronunciou em comunicado por e-mail ao NYT:

Estamos profundamente tristes com o falecimento do Sr. Raine e nossos pensamentos estão com sua família. O ChatGPT inclui salvaguardas como o direcionamento de pessoas para linhas de apoio em caso de crise e o encaminhamento para recursos do mundo real. Embora essas salvaguardas funcionem melhor em conversas curtas e comuns, aprendemos com o tempo que elas podem se tornar menos confiáveis ​​em interações longas, nas quais partes do treinamento de segurança do modelo podem ser prejudicadas.

OpenAI, em e-mail enviado ao The New York Times

Chatbots ainda falham em proteções de segurança para evitar casos deste tipo (Imagem: Photo Agency/Shutterstock)

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