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Como o Sistema Solar surgiu? Novo planeta pode responder

Como o Sistema Solar surgiu? Novo planeta pode responder

Astrônomos descobrem o planeta em formação, WISPIT 2b, de 5 milhões de anos, ao redor de uma estrela semelhante ao Sol, a 430 anos-luz da Terra

Imagem de um disco de poeira ao redor de uma estrela jovem.O planeta recém-nascido, provavelmente um gigante gasoso semelhante a Júpiter em nosso próprio Sistema Solar (imagem de comparação no canto superior direito), mas cerca de 5 vezes mais massivo. Estas observações foram obtidas com o Very Large Telescope do ESO em luz infravermelha próxima. Crédito: The Astrophysical Journal Letters

Cientistas da Universidade de Galway, junto com astrônomos da Universidade de Leiden, na Holanda, e da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, encontraram um planeta em formação ao redor de uma estrela parecida com o Sol. Esse planeta, chamado WISPIT 2b, tem cerca de 5 milhões de anos e provavelmente é um gigante gasoso do tamanho de Júpiter.

Segundo os pesquisadores, a descoberta ajuda a entender como nascem novos sistemas planetários semelhantes ao nosso. O planeta foi detectado com o Very Large Telescope, localizado no deserto do Atacama, no Chile, considerado um dos observatórios mais modernos do mundo.

Segundo os pesquisadores, a descoberta ajuda a entender como nascem novos sistemas planetários semelhantes ao nosso. Crédito: R. van Capelleveen/ESO

WISPIT 2b está localizado a cerca de 430 anos-luz da Terra

O novo planeta reside na constelação de Áquila, a aproximadamente 430 anos-luz da Terra e é invisível a olho nu. Segundo um dos autores do estudo, o Dr. Christian Ginski, professor da Escola de Ciências Naturais da Universidade de Galway, “usamos essas observações instantâneas realmente curtas de muitas estrelas jovens para determinar se podíamos ver um pequeno ponto de luz próximo a elas, causando um planeta”.

Neste caso, segundo o professor, descobrir um disco de poeira com vários anéis foi totalmente inesperado e “excepcionalmente belo”.

Astrônomos acreditam que o novo planeta seja um gigante gasoso, com as dimensões de Júpiter. Crédito: Alones/Shutterstock

Quando vimos este disco com vários anéis pela primeira vez, sabíamos que tínhamos que tentar ver se conseguiríamos detectar um planeta dentro dele, então rapidamente solicitamos observações de acompanhamento.

Dr. Christian Ginski, professor da Escola de Ciências Naturais da Universidade de Galway, em nota enviada à imprensa.

Essa foi apenas a segunda vez que um planeta foi detectado em um estágio evolutivo inicial e ao redor de uma estrela jovem. A outra descoberta foi feita em 2018, por uma equipe que o Dr. Ginski também fazia parte.

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O WISPIT 2b, de acordo com a nota, também é “a primeira detecção inequívoca de planeta em um disco multianéis”, o que o torna um laboratório de estudos ideal para entender a interação planeta-disco e sua evolução.

Essa foi apenas a segunda vez que um planeta foi detectado em um estágio evolutivo inicial e ao redor de uma estrela jovem. Crédito: The Astrophysical Journal Letters (2025)

Como ele foi detectado?

A equipe do Dr. Ginski explicou que “discos ricos em poeira e gás ao redor de estejas jovens são os berços de nascimento dos planetas. Por isso, existem diversas estruturas diferentes, como anéis e braços espirais que, segundo os pesquisadores, estão relacionados à formação de planetas no seu interior. O disco ao redor do WISPIT 2b tem um raio equivalente a 380 vezes a distância entre a terra e o Sol.

Capturar uma imagem desses planetas em formação provou ser extremamente desafiador e nos dá uma chance real de entender por que os milhares de sistemas de exoplanetas mais antigos parecem tão diversos e tão diferentes do nosso próprio sistema solar.

Dr. Christian Ginski, professor da Escola de Ciências Naturais da Universidade de Galway, em nota.

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