Após o prefeito Tião Bocalom assinar, nesta quarta-feira (6), o decreto que reconhece oficialmente a situação de emergência devido à seca, o diretor-presidente do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), Enoque Pereira, tranquilizou a população sobre o fornecimento de água na capital acreana. Segundo ele, embora a estiagem esteja se intensificando, o abastecimento está assegurado, graças a um planejamento iniciado em 2022.

De acordo com o gestor, o nível do Rio Acre segue em queda, mas ainda se mantém em uma cota aceitável para captação/Foto: ContilNet
Enoque destacou que o Saerb vem adotando estratégias para garantir a captação de água, mesmo em cenários críticos, como o de vazão reduzida do Rio Acre.
“Estamos começando agora o período de estiagem e já estamos há três anos lidando com um ciclo contínuo de extremos: mal termina o decreto de enchente, já vem o da seca. Isso está se tornando algo recorrente. Mas o Saerb se antecipou e desde 2022 se prepara para que o sistema de captação de água não dependa apenas do Rio Acre”, afirmou.
Apesar da contínua queda no nível do rio, o gestor afirmou que a captação ainda está em uma faixa segura.
“Ano passado, chegamos a 1,23 metro, a pior seca registrada em 54 anos. Talvez a maior em um século. Este ano também promete ser severo, mas a gente já está pronto para intervir”, disse.
Entre as iniciativas implementadas estão dragagens, escavações e construção de mini-aterros no leito do rio, além da utilização de bombas mais potentes, compradas com recursos federais destinados a situações emergenciais.
“Essas bombas têm crevos maiores, vão mais fundo e conseguem captar mesmo em cotas inferiores a 1,3 metro. A própria bomba escava o local e cria o fluxo necessário para puxar a água. Se for preciso, vamos escavar ainda mais para garantir o funcionamento”, detalhou.
Mesmo diante da possibilidade de o nível do Rio Acre cair ainda mais que em 2023, Enoque assegura que o fornecimento continuará.
“Ano passado, passou no rio muito mais do que os 1.500 litros por segundo que precisamos para tratar. Este ano, mesmo se a cota for menor, ainda conseguimos captar. Estamos preparados para fazer o que for necessário”, garantiu.
Além das intervenções técnicas, ele ressaltou que o consumo consciente por parte da população é indispensável.
“Rio Branco não vai ficar sem água, mas o usuário precisa colaborar. Não é só na estiagem que a gente tem que economizar. O desperdício acontece o ano todo, e isso tem que mudar.”
A partir de quinta-feira (7), entra em vigor uma nova norma da AGEAC, obrigando que imóveis com caixa d’água tenham boias instaladas. O Saerb será responsável pela fiscalização, podendo aplicar penalidades em caso de desperdício.
“Vamos advertir, multar e cortar a água, se necessário. Não dá para a gente enfrentar toda essa dificuldade de captação e ver, na outra ponta, o usuário desperdiçando água à vontade. Isso não será mais tolerado”, concluiu.
O decreto assinado pelo Executivo municipal tem como objetivo agilizar o acesso a recursos e possibilitar ações rápidas que ajudem a amenizar os impactos da estiagem que, em 2025, volta a atingir Rio Branco de forma severa.
