Motoristas de app cobram valor extra durante Expoacre e revoltam passageiros

Mesmo com o valor da corrida já definido pelo aplicativo, alguns condutores impõem tarifas fixas superiores

Durante a Expoacre 2025, muitos passageiros têm enfrentado uma prática que vem causando frustração e prejuízo: motoristas de aplicativo aceitam chamadas normalmente pelas plataformas, mas exigem valores adicionais antes do embarque.

Mesmo com o valor da corrida já definido pelo aplicativo, alguns condutores impõem tarifas fixas superiores, alegando que o repasse financeiro das plataformas “não compensa”. Casos em que uma viagem estimada em R$ 18 no app só é realizada mediante pagamento de R$ 30 têm sido cada vez mais frequentes em Rio Branco.

A situação deixa os passageiros sem opção. Com a alta demanda e poucos carros disponíveis/ Foto: Ilustrativa

A situação se agrava diante da escassez de veículos disponíveis durante o evento, especialmente após os shows e atividades noturnas. Com a alta procura, muitos passageiros acabam se sentindo sem alternativas.

“O motorista chegou, nem perguntou nada. Só disse: ‘é R$ 30, se não for eu cancelo’. E no app estava R$ 18. Isso virou rotina aqui durante a Expo”, relatou um usuário, que preferiu não ser identificado.

Diferentemente de corridas combinadas fora dos aplicativos — uma prática já conhecida — agora os motoristas utilizam o próprio app para aceitar a viagem, mas condicionam a realização a um acréscimo pago diretamente a eles, sem qualquer tipo de recibo ou registro oficial.

Com a demanda elevada, quem se recusa a aceitar os valores extras corre o risco de não conseguir transporte. Essa pressão acaba forçando muitos a pagar o que é exigido, mesmo contra a própria vontade.

“Ou você paga o que o motorista quer ou fica na rua, esperando outro carro que pode fazer o mesmo”, reclamou uma moradora do bairro Belo Jardim.

As plataformas Uber e 99 declaram que não autorizam cobranças extras por fora e recomendam que os usuários relatem o ocorrido por meio dos próprios aplicativos. No entanto, na prática, os passageiros dizem que as denúncias raramente têm consequência, e os motoristas continuam agindo da mesma forma.

Diante do cenário, cresce a cobrança por ações mais enérgicas por parte das autoridades. Usuários exigem que prefeitura, Procon, Detran e forças de segurança intensifiquem a fiscalização e responsabilizem tanto motoristas quanto plataformas.

“Já passou da hora das autoridades entrarem nessa história. O consumidor está sendo lesado, enganado, e as empresas ficam em silêncio. Isso não pode continuar assim”, criticou um líder comunitário do Segundo Distrito.

O que o passageiro pode fazer?

Recusar qualquer cobrança adicional fora do valor estipulado pelo aplicativo;

Registrar denúncias tanto nas plataformas quanto no Procon;

Priorizar pagamentos via app para maior controle e segurança;

Compartilhar o trajeto com alguém de confiança;

Em casos de coação, registrar um boletim de ocorrência.