Pesquisadores analisaram se a meta de 10 mil passos, slogan criado nos anos 1960 por uma empresa japonesa, tem embasamento científico
Você provavelmente já ouviu falar que dar 10 mil passos por dia faz bem para a saúde. Este foi um slogan criado nos anos 1960 pela empresa japonesa Yamasa para vender pedômetros durante os Jogos Olímpicos de Tóquio de 1964.
A teoria se popularizou nos anos seguintes, mas será que existe algum embasamento científico? Para responder esta questão, pesquisadores realizaram um novo estudo e descobriram que milhares de passos a menos ainda podem render grandes benefícios.

Redução da taxa de mortalidade
- Durante o trabalho, os cientistas analisaram dados de mais de 160 mil adultos.
 - O objetivo era observar como os riscos de problemas graves de saúde variavam conforme o número de passos dados diariamente.
 - Eles descobriram que a taxa de mortalidade realmente varia dependendo do tamanho do esforço.
 - Pessoas que caminhavam 7 mil passos por dia, por exemplo, tiveram um risco 47% menor do que aquelas que davam apenas 2 mil.
 - Nestes casos, foi identificada uma redução nas chances de morte por doenças cardiovasculares e câncer.
 - Ao mesmo tempo, caíram as taxas de incidência de diabetes tipo 2 e demência.
 - As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista The Lancet Public Health.
 
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Quanto mais passos, melhor
Apesar das conclusões, os pesquisadores destacam que a teoria dos 10 mil passos por dia não está equivocada. De fato, chegar neste patamar aumenta ainda mais os benefícios para a saúde, reduzindo a taxa de mortalidade em 48%, ou seja, um pouco mais em comparação com quem dá 7 mil passos.
Além disso, cumprir a meta da Yamasa promove uma redução adicional de 14% no risco de sintomas depressivos. Mas quem quer se movimentar ainda mais, chegando a 12 mil passos diários, pode experimentar ainda mais benefícios, com uma mortalidade geral 55% menor na comparação com 2 mil passos.
Claramente não estou recomendando que pessoas que estão fazendo 10 mil passos por dia voltem para os 7 mil. No entanto, após os 7 mil passos, o ganho adicional de saúde para cada mil passos adicionais começa a se tornar menor, então há menos ‘retorno sobre o investimento’. Buscar de 5 mil a 7 mil passos por dia pode ser recomendado, é algo que será mais alcançável para muitas pessoas do que a meta de 10 mil passos que está aí há muitos anos.
Ding Ding, professora da Universidade de Sydney e autora principal do estudo
Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.
Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.