O governo Donald Trump dará novo “presentão” a Lula caso sancione os atuais presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Se revogar os vistos americanos deles, como fez com sete dos 11 ministros do STF, ou impor qualquer outra sanção a Motta e Alcolumbre, Trump fará os presidentes da Câmara e do Senado se unirem de vez a Lula.
A aposta é de que, uma vez sancionados pelos Estados Unidos, os presidentes da Câmara e do Senado se juntariam ao Executivo e ao Judiciário brasileiros para reação mais enérgica a Trump.
Até agora, Motta e Alcolumbre tinham reagido timidamente à promessa de tarifaço, com nota conjunta em que defenderam diálogo diplomático e disseram estar prontos para proteger a economia brasileira.
Trump também enterraria anistia
Além de jogar os dois no colo de Lula, uma eventual sanção de Trump contra os atuais presidentes da Câmara e do Senado brasileiro dificultaria o avanço das pautas da oposição no Congresso.
Um dos projetos que provavelmente seriam enterrados de vez no Legislativo seria o que concede anistia aos condenados pelos atos golpistas do 8 de Janeiro, atualmente parado na Câmara.
Sancionados, Motta e Alcolumbre não teriam condições políticas de pautar a anistia, como querem os bolsonaristas, sob o risco de serem acusados de subserviência completa aos Estados Unidos.
De quebra, uma eventual sanção de Trump a Alcolumbre ainda enterraria de vez qualquer chance de o presidente do Senado pautar impeachment de ministros do STF, como Alexandre de Moraes, alvo prioritário do bolsonarismo.
As possíveis sanções a Motta e Alcolumbre
Na terça-feira (22/7), a coluna noticiou que bolsonaristas ameaçavam articular junto ao governo Trump a suspensão do visto americano de Motta, como uma reação aos recentes movimentos do presidente da Câmara.
No dia seguinte, o Metrópoles, na coluna Paulo Cappelli, noticiou que o governo Trump já havia passado a discutir a possibilidade de aplicar sanções não só a Motta, como também a Alcolumbre.
