A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), junto com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, demitiu nesta quinta-feira (24/7) o servidor público Edson Campolongo, de 68 anos, preso acusado de depredar 18 ônibus na Grande São Paulo. Edson trabalhava como servidor público há mais de 30 anos e confessou à polícia que praticou os ataques para “consertar o Brasil” e “tirar o país do buraco”.
Segundo os órgãos, após conhecimento da prisão do servidor, o secretário Marcelo Branco enviou um ofício à CDHU pedindo que as devidas providências fossem tomadas. Advogados da CDHU acompanharam o registro policial para colher os elementos necessários e dar entrada na sindicância.
“Acompanhados os trabalhos policiais, com o indiciamento do acusado, e a consequente conversão de prisão preventiva pela Justiça, foi formalizada a demissão”, informou a pasta em nota.
Edson confessou ser o autor de 18 ataques à ônibus na região de São Bernardo e em cidades vizinhas, como São Paulo e Santo André. Câmeras de segurança registraram o servidor utilizando o veículo oficial da CDHU para realizar os apedrejamentos.
O delegado seccional de São Bernardo, Domingos Paulo Neto, informou que a polícia chegou até o servidor público justamente após identificar o Volkswagen Virtus branco nas imagens, em vias onde havia ocorrido ataques.
“Ele é motorista do chefe de gabinete [do CDHU]. Servia esse chefe há cerca de um ano. Por coincidência, este chefe de gabinete mora em São Bernardo e trabalha em um órgão público no centro de São Paulo. Todos os dias, esse veículo está em deslocamento de São Bernardo para a capital”, afirmou Paulo Neto.
Veja vídeo:
Estilingues apreendidos
Foram apreendidos bolas de aço, estilingues e apetrechos em endereços ligados a Edson. Ele disse na delegacia que parte dos objetos foi comprada ainda no ano passado e que escolhia os alvos “aleatoriamente”.
Para a investigação, o fato de Edson ter realizado o vandalismo em série o diferencia dos demais suspeitos detidos em meio à onda de ataques, os quais foram flagrados em atos individuais.
Os investigadores não acreditam que a real motivação do servidor público seja “consertar o Brasil”.

