Em entrevista divulgada nas redes sociais, a ex-ministra Damares Alves declarou ser favorável à criação de cotas para pessoas trans no mercado de trabalho e na educação. Segundo ela, travestis enfrentam desafios ainda maiores devido ao abandono familiar precoce, à exclusão social e à dificuldade de inserção profissional. “É muito fácil você conseguir um emprego para um gay, uma lésbica, um trisal. Mas travesti você não encontra em banco, em loja”, afirmou.
Damares relata abandono e exclusão de travestis do mercado de trabalho formal/Foto: Reprodução
Damares contou que desde 2017, quando começou a atuar no setor público, nunca recebeu um currículo de pessoa trans. Segundo ela, a maioria das travestis deixa o lar na adolescência e acaba tendo como opções apenas a prostituição ou o trabalho em salões de beleza. Ela também mencionou relatos de travestis que, ao sair do sistema prisional, não tinham para onde ir e preferiam continuar presas por falta de apoio externo.
A ex-ministra relembrou uma pesquisa feita no governo Bolsonaro com a população LGBTQIA+ encarcerada, destacando o alto número de travestis presas por envolvimento com o tráfico de drogas, muitas vezes sob coação de cafetões. Para ela, a pauta da cota trans é também uma pauta da direita e deve ser pensada como uma reparação social: “Quando penso na travesti, defendo a cota social. Ela é duplamente vulnerável: por ser pobre e por sua identidade.”
