Quando pensamos em grandes predadores que passaram pela Terra, a primeira coisa que vem à nossa cabeça são os dinossauros. Os grandes répteis viveram durante a chamada Era Mesozoica, que compreende os períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo. Trata-se de uma era que começou há aproximadamente 252 milhões de anos e terminou há 66 milhões de anos.
Mas muito antes dos dinossauros, o planeta já havia sido dominado por outros carnívoros. E o mais curioso é que, apesar das características de répteis, esses animais estão mais próximos dos mamíferos na cadeia evolutiva.
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Os sinapsídeos datam da Era Paleozoica, mais especificamente no período Carbonífero, há 358 milhões de anos – ou seja, são bem mais antigos que os dinossauros.
O reinado dos sinapsídeos, porém, ocorreu um pouco mais tarde, no chamado período Permiano, uma das épocas mais obscuras da Terra.
Imagine um mundo de extremos. Ele começou com uma Era do Gelo tão forte que o nível dos oceanos caiu até 120 metros. Depois o planeta esquentou tanto que o mundo viveu o maior episódio de extinção em massa da história, batizado de “A Grande Morte”.
Antes disso, a Pangeia estava tomada por vulcões em frequente atividade e animais assustadores. Eles não eram tão grandes como os dinossauros, mas eram mais ferozes. Foi um período sangrento, com mais carnívoros do que presas. E não eram carnívoros comuns, mas sim supercarnívoros.
Os estranhos sinapsídeos
- Eles são um amplo grupo de animais terrestres pré-históricos.
- Dentro dele, havia espécies como o Cotylorhynchus, que é uma espécie de salamandra do tamanho de um alce, e o Estemmenosuchus, um hipopótamo que parecia usar uma máscara.
- O que essas criaturas tão distintas tinham em comum era o formato do crânio e uma boca cheia de dentes.
- Especialistas afirmam que eles tinham um verdadeira canivete suíço dentro da boca.
- E não é para menos: os sinapsídeos viveram em uma época bastante selvagem e perigosa.
- Os céus, por exemplo, eram casa dos Meganeuropsis, que são libélulas gigantes, do tamanho de um pato.
- Já o mar era “propriedade” de peixes semelhantes aos nossos tubarões atuais.
- E era um único mar, já que o Permiano foi o período do mega continente Pangeia.
- No ambiente terrestre, um dos maiores predadores dessa época foi o Dimetrodon.
- Como você pode ver pela imagem, ele é um animal que se parecia muito com um dinossauro, mas que não era considerado um.
- Esse sinapsídeo foi dominante por cerca de 10 milhões de anos.
- Eles tinham dentes afiados de dimensões variáveis e podiam alcançar até 4 metros e meio de comprimento – e pesar 250 quilos.
- As espinhas em formato de “velas” nas costas sempre foram um mistério, mas os cientistas acreditam que a função dela era atrair parceiras para o acasalamento.
Mais predadores gigantes
O Dimetrodon podia ser uma criatura terrível, mas não é considerado o maior predador do Permiano. Esse posto pertence a um outro grupo dentro dos sinapsídeos: a subordem dos gorgonopsídeos.
Eram carnívoros, com mandíbulas poderosas e dentes em forma de sabre, adaptados para a caça. É o caso do Anteossauro, uma espécie de mutante de hipopótamo com tigre. Ele podia chegar a 6 metros de comprimento, mas era rápido mesmo assim. Essas características o levaram ao trono de maior supercarnívoro do Permiano.
Para você ter uma ideia de quão assustadores eles eram, cientistas identificaram no cérebro deles uma habilidade impressionante para estabilizar o olhar. Isso significa que, quando ele olhava para uma presa, ele não parava de persegui-la e vê-la – até matá-la.
Apesar de toda essa força, os Anteossauros não viveram muitos milhões de anos e foram sucedidos pelo grupo Inostrancevia. Esses animais lembram os tigres dente-de-sabre, que surgiram muitos milhões de anos depois, mas são diferentes.
Os dentes deles tinham até 30 centímetros e alguns eram proeminentes, saindo da boca. Eles eram também extremamente ágeis – e caçavam em bandos. A principal diferença dos Inostrancevia para os tigres era sua pele espessa como a de um rinoceronte – e não com pelos, como a dos felinos.
O Inostrancevia e suas poderosas mandíbulas dominaram o planeta por alguns milhões de anos, mas foram extintos pela Grande Morte. A Grande Morte varreu cerca de 90% de toda a vida terrestre daquela época, dando espaço para o desenvolvimento de novas espécies: é nesse contexto que surgiram os dinossauros.
As informações são da BBC.