Após a recente fala do delegado Marcos Frank, atual presidente do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), a respeito da fuga de detentos registrada no Complexo Francisco de Oliveira Conde (FOC) no dia 19 de junho — em que ele sugeriu a possibilidade de falhas em procedimentos policiais —, o Sindicato dos Policiais Penais do Acre (SINDPOL-AC) respondeu com uma nota oficial assinada pelo presidente da entidade, Leandro Rocha.

Leandro Rocha, presidente do SINDPOL-AC, e o presidente do Iapen, Marcos Frank/Foto: Reprodução
“O sindicato não se opõe às obrigações da administração pública, ao contrário, reconhece ser dever da Gestão instaurar procedimentos administrativos sempre que houver indícios de irregularidades”, destaca o comunicado divulgado.
Na ocasião mencionada, nove internos conseguiram escapar da penitenciária. Até o momento, nenhuma das pessoas envolvidas na fuga foi localizada novamente.
Apesar de demonstrar apoio à apuração dos acontecimentos, a entidade sindical aproveitou para cobrar da gestão atual uma postura mais responsável diante das deficiências operacionais e estruturais das unidades carcerárias do estado. A nota afirma que, dadas as circunstâncias em que os profissionais atuam, “é humanamente impossível que um policial penal, em uma jornada de 24 horas de serviço, consiga manter a eficiência”.
De acordo com o sindicato, no momento da fuga, havia apenas oito agentes de plantão para garantir a segurança de quatro pavilhões que, juntos, concentravam 877 internos — alguns deles com penas superiores a 100 anos. O documento ainda ressalta o cenário de precariedade: falta de efetivo, iluminação deficiente, câmeras com baixa qualidade de imagem e guaritas fora de operação.
“É urgente priorizar os reais pontos de crise, com investimentos em modernização estrutural, tecnológica e em estratégias operacionais preventivas”, conclui a nota, sugerindo que o sistema precisa de uma reavaliação urgente para evitar novas falhas.
