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Acre reduz em 87% mortes por hepatite C, conforme boletim

O Acre tem se destacado positivamente no cenário nacional no combate às hepatites virais. Segundo o mais recente Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, o estado registrou uma redução expressiva de 87% nas mortes por hepatite C ao longo da última década.

Em números absolutos, os óbitos pela doença caíram de 23, em 2014, para apenas três em 2024. Também houve diminuição na mortalidade por hepatite B, com queda de 54,5% no mesmo período — passando de 11 para cinco mortes.

Em todo o país, os óbitos por hepatite C caíram 60% entre 2014 e 2024, enquanto as mortes por hepatite B tiveram redução de 50%/ Foto: Reprodução

Em âmbito nacional, o Brasil também apresentou avanços significativos. As mortes por hepatite C caíram 60% entre 2014 e 2024, enquanto os óbitos por hepatite B reduziram pela metade. Atualmente, a taxa de mortalidade no país é de 0,4 por 100 mil habitantes para hepatite C e de 0,1 para hepatite B — dados que colocam o Brasil no caminho da meta da Organização Mundial da Saúde (OMS), que prevê uma redução de 65% nas mortes por hepatites até 2030.

Apesar dos avanços, o relatório aponta desafios importantes no estado, especialmente no que diz respeito ao início do tratamento. Das 3.863 pessoas com indicação para iniciar o acompanhamento contra a hepatite B, apenas 1.355 começaram o processo. No caso da hepatite C, 63 dos 86 pacientes indicados iniciaram o tratamento.

Para fortalecer a resposta nacional, o Ministério da Saúde lançou um painel interativo que permite acompanhar, por estado e município, os dados sobre diagnósticos, início de tratamentos e tempo médio de acompanhamento. A ferramenta pretende ajudar os gestores locais a ampliar o acesso ao cuidado, especialmente em relação à hepatite B, que exige acompanhamento contínuo.

Outra iniciativa importante é a campanha “Um teste pode mudar tudo”, que estimula a realização de testes rápidos e gratuitos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). A recomendação é que todas as pessoas com mais de 20 anos façam o exame ao menos uma vez na vida.

A prevenção segue como uma das estratégias mais eficazes no enfrentamento das hepatites. A vacina contra hepatite B é aplicada em quatro doses a partir do nascimento, mas também pode ser tomada por adultos não vacinados. Já a vacina contra hepatite A é recomendada aos 15 meses de idade, além de estar disponível para públicos prioritários.

Embora a hepatite B ainda não tenha cura, é possível manter o controle da doença por meio de medicamentos como entecavir e tenofovir. Já a hepatite C apresenta uma taxa de cura superior a 95%, graças aos antivirais de ação direta, todos oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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