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Relatório que motivou ataques ao Irã teria sido criado por IA

Relatório que motivou ataques ao Irã teria sido criado por IA

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O recente confronto entre Irã e Israel, que contou até mesmo com a participação dos Estados Unidos, foi motivado pelo programa nuclear iraniano. Benjamin Netanyahu alegou que queria impedir que Teerã fosse capaz de construir armas nucleares no futuro, o que ameaçaria a existência israelense.

Estas preocupações aumentaram após um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU). O documento, no entanto, pode ter sido criado a partir de inteligência artificial.

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Órgão ligado à ONU divulgou relatório sobre ameaça nuclear iraniana (Imagem: Delpixel/Shutterstock)

Guerra pode ter sido iniciada por IA

Em entrevista à Agência Brasil, o major-general português Agostinho Costa, especialista em assuntos de segurança e geopolítica e ex-vice-presidente da Associação EuroDefese-Portugal, questionou o uso da IA para este fim. Segundo ele, o pretexto para iniciar bombardeios foi motivado pela má utilização da ferramenta.

É a primeira guerra que podemos dizer que foi iniciada pela IA. Essa IA vem dizer que estão reunidas as condições para que o Irã possa construir uma arma nuclear. O relatório da AIEA de 31 de maio está nesta linha, não está reportando evidências, mas deduções e tendências que foram tomadas como factuais pelo Conselho de Governadores e serviu de pretexto para o ataque de Israel. Isso, obviamente, é um abuso do uso de um programa de inteligência artificial. Esses são os riscos do novo mundo, os riscos da IA.

Agostinho Costa, especialista em assuntos de segurança e geopolítica

AIEA teria usado ferramenta de IA em relatório sobre o Irã (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

O documento foi criado a partir do programa Mosaic. Esta ferramenta usa IA para recolher uma base massiva de dados e faz previsões futuras, sendo usado em muitas áreas da segurança, incluindo por polícias em todo o mundo. Outro problema, segundo o especialista, é que a agência atômica é controlada principalmente pelos países ocidentais, especialmente EUA, Alemanha, França e Reino Unido. Dessa forma, qualquer decisão pode servir para os propósitos destas nações.

O uso de IA nos relatórios sobre o Irã foi registrado também pelo pesquisador Douglas C. Youvan, no artigo The Jerusalem Protocol: Palantir, IAEA, Mosaic, CIA, Mossad e pelo diplomata britânico Alastair Crooke, referência em assuntos sobre Oriente Médio. A AIEA não se pronunciou sobre o assunto até o momento.

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