Seria um gesto simbólico — e político. A vice-governadora Mailza Assis tinha uma visita institucional agendada ao prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, na última segunda-feira.
O encontro seria aberto à imprensa e, segundo aliados, tinha tudo para selar publicamente uma aliança: o prefeito reafirmaria apoio a Mailza como sua candidata ao governo em 2026 e encerraria, de uma vez por todas, os rumores de que poderia entrar na disputa.
Mas não foi dessa vez. A visita foi cancelada de última hora por Mailza, e o clima agora é de indefinição. A justificativa oficial não foi divulgada, e o que era para ser um gesto de alinhamento virou mais um capítulo das especulações sobre os próximos passos de Bocalom.
Nos bastidores, há quem diga que a equipe de Mailza avaliou que o momento ainda não era o ideal para essa sinalização pública. Outros apontam que ainda existem ruídos a serem aparados antes de um gesto tão claro de unidade.
Ausência cobrada
Com a inauguração do Complexo Industrial do Café, em Mâncio Lima, se aproximando, integrantes do governo federal no Acre já não escondem a expectativa — e uma certa cobrança: esperam, ao menos, a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin na cerimônia.
O projeto é simbólico para a economia da região e tem apoio direto do governo Lula. Mas, até agora, nem o presidente nem o vice pisaram no Acre em agendas institucionais desde o início do mandato. A ausência começa a incomodar até mesmo aliados mais próximos.
A leitura nos bastidores é clara: uma presença de peso do Planalto daria visibilidade nacional ao empreendimento e fortaleceria politicamente o governo na região Norte, onde o presidente ainda busca consolidar apoio. Alckmin, por sua vez, além de vice, é ministro da Indústria e Comércio — ou seja, tem a pasta diretamente ligada ao projeto.

