Na manhã desta segunda-feira (23), representantes de cerca de 30 sindicatos que reúnem servidores públicos estaduais se encontraram na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) para pressionar o Governo por respostas concretas a uma série de reivindicações.
A reunião foi articulada pelo deputado estadual Adailton Cruz, que tem atuado como interlocutor entre as categorias e o Poder Executivo. Entre os pontos discutidos estão a recomposição salarial referente a perdas inflacionárias acumuladas em 20,39%, o reajuste do auxílio-alimentação — atualmente em R$ 420 — para R$ 1.000, e a criação de um auxílio-saúde no valor de R$ 1.000, destinado tanto a servidores da ativa quanto aposentados.

Encontro dos comandos sindicais ocorreu nesta segunda-feira/Foto: Reprodução
Durante o encontro, os representantes sindicais confirmaram a realização de um ato unificado em frente à Aleac no próximo dia 25 de junho. Eles também alertaram que, caso as demandas não avancem, uma greve geral poderá ser deflagrada a partir de 2 de julho. O deputado Adailton defendeu o movimento e pediu que o governo ouça as categorias:
“São quase 40 mil servidores públicos do Estado. Existem pautas comuns aqui que precisam ser ouvidas. Então, é um pleito que eu acho justo, nós vamos estar apoiando, e com certeza se o governo não receber e trabalhar com esses profissionais, com essas representatividades, os encaminhamentos dessas pautas comuns, possivelmente vai ter realmente uma parada geral dos servidores públicos. Eu, enquanto servidor público, não tenho o que discutir, vou estar com os meus colegas e trabalhadores”, afirmou.
O parlamentar também destacou que há alternativas possíveis dentro do orçamento para atender parte das solicitações: “Se não tem limite fiscal, mas tem como trabalhar a verba indenizatória e tem como dar uma satisfação para os representantes da máquina que move o Estado. A gente está com os representantes aqui dos trabalhadores públicos do Acre. Então, tem que sentar, tem que encaminhar; se não tem recurso, trabalhar de onde vai ser tirado, mas os servidores públicos precisam de resposta, seja da segurança, educação, saúde, todos”, complementou.
Já o presidente do Sindicato dos Gestores e Técnicos em Gestão Pública (Sintegesp), Gerliano Nunes, criticou o uso recorrente da Lei de Responsabilidade Fiscal como justificativa para a falta de avanços:
“O Governo precisa parar de dar desculpas, escorado na LRF, e atender às nossas categorias. São milhares de servidores aqui representados, que merecem ter seus direitos atendidos. Essas pautas são só para os servidores efetivos. Elas também vão atender a servidores, inclusive comissionados e agentes políticos. Então, a gente está, na realidade, lutando por todos os servidores públicos, todos os trabalhadores do Estado, inclusive os comissionados”, afirmou.
Representando o setor da Segurança Pública, Rafael Diniz, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Acre (Sinpol-AC), reforçou a importância da mobilização conjunta entre as categorias: “Se estamos aqui juntos, reunidos, cobrando do Governo um direito nosso, necessidades que se arrastam há anos, é muito mais fácil. Temos essas pautas em comum que devem ser atendidas. Somos nós que movemos o Estado, os servidores públicos”, disse.
A Educação também marcou presença na articulação, representada pela presidente do Sindicato dos Professores da Rede Pública do Acre (SinproAcre), Alcilene Gurgel.“Os comandos sindicais estão aqui mostrando que todos eles tentaram, individualmente, conversar com esse governo sobre as demandas e não conseguiram. Por isso, chegamos aqui e vamos fazer essa manifestação no dia 25. Se nada for decidido até lá, vamos fazer greve”, finalizou.