A educadora indígena Edina Yaka Yawanawa, de 47 anos, foi designada para comandar a representação da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) no Vale do Juruá, cuja sede está localizada no município de Cruzeiro do Sul, no Acre. A nomeação foi oficializada no dia 23 de maio.

A educadora indígena Edina Yaka Yawanawa: Foto/ Reprodução
Formada em Educação Escolar Indígena pela Universidade Federal do Acre (Ufac), no campus Floresta, Edina assume a função com o propósito de estreitar o vínculo entre o governo federal e as diversas etnias da região. Com entusiasmo, ela descreve o cargo como uma missão de escuta e atuação ativa. “É uma honra contribuir com esse elo entre as comunidades e o poder público. Estaremos presentes nos territórios, apoiando, mediando e fortalecendo alianças com as entidades indígenas”, afirmou.
A nova gestora será responsável por ações que abrangem não apenas os municípios do Juruá, mas também as regiões de Tarauacá, Feijó e Jordão. Estima-se que aproximadamente 20 mil indígenas vivam nessas áreas, muitas de difícil acesso. “Chegar até as aldeias não é simples. Utilizamos barcos, carros, canoas, e até helicópteros quando necessário. Mas com cooperação entre diferentes instâncias, conseguimos alcançar as comunidades”, destacou.
A nomeação foi celebrada pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA), que enxerga na posse de Edina um marco na ampliação da presença feminina indígena nos espaços de gestão pública. “Sua chegada a esse posto simboliza um avanço fundamental na luta das mulheres indígenas por participação efetiva nas decisões políticas. Continuaremos juntas, fortalecendo os laços e a defesa dos nossos direitos”, disse a organização por meio de nota publicada nas redes sociais.
A Funai atua na defesa dos povos originários e na garantia de seus direitos territoriais, promovendo ações em conjunto com lideranças indígenas. A chegada de Edina à coordenação regional é vista como um passo significativo no reconhecimento da liderança das mulheres indígenas dentro das estruturas institucionais do país.