Na última terça-feira (17), foi oficializada, em Brasília (DF), a criação da Frente Parlamentar pela Malária (FPEMA), com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A iniciativa tem como principal objetivo estabelecer diretrizes para erradicar a malária do território nacional até 2035, com base em cinco pilares estratégicos.
Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, houve progresso no controle da doença nos últimos meses. “O país tem avançado na redução dos casos: entre janeiro e abril de 2025, foram registrados cerca de 34 mil, uma queda de 25% em relação ao mesmo período de 2024, que teve 45 mil casos”, informa o comunicado. Apesar disso, o Acre apresentou uma alta discreta no número de casos, passando de 1.431 para 1.517 notificações no comparativo anual — um acréscimo de 86 registros.

O Acre registrou um aumento de 86 casos de um ano para o outro, saindo de 1.431 para 1.517/Foto: Reprodução
Durante o evento, o ministro Padilha destacou a importância da articulação conjunta entre esferas governamentais e parlamentares: “Essa Frente Parlamentar é uma novidade importante: ativa, engajada e comprometida com resultados. Se atuarmos juntos, com determinação e inovação, podemos transformar essa história e alcançar um marco inédito na saúde pública brasileira”.
A atuação da Frente será dividida em duas etapas. A primeira prevê a implementação de ações em 16 municípios prioritários até o ano de 2026. Já a segunda fase, com meta até 2030, ampliará o atendimento para 32 localidades, incluindo atividades como capacitações em entomologia, oficinas de microplanejamento e integração de medidas de diagnóstico, tratamento e controle vetorial.
“Quero me comprometer com duas ações imediatas: concluir, junto com esta Frente, uma avaliação da estratégia atual e promover um diálogo direto com os governadores da Amazônia Legal e os prefeitos dos municípios mais afetados”, afirmou Padilha, reiterando o empenho do governo no enfrentamento da doença.
Entenda a malária
A malária é uma enfermidade infecciosa provocada por parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos por meio da picada de fêmeas do mosquito Anopheles, popularmente conhecido como mosquito-prego. Esses insetos têm maior atividade ao amanhecer e entardecer, mas podem picar durante toda a noite. Não é uma doença contagiosa, ou seja, não passa diretamente de uma pessoa para outra.
Conhecida também por nomes como paludismo, sezão, febre terçã ou maleita, a malária pode acometer qualquer indivíduo. Aqueles que já foram infectados diversas vezes podem desenvolver certo grau de imunidade parcial, muitas vezes sem apresentar sintomas. Contudo, imunidade completa que bloqueie a infecção ainda não foi registrada. Em casos não tratados, o portador pode continuar transmitindo a doença por meses ou até anos, dependendo do tipo de Plasmodium.
No Brasil, a maioria dos casos concentra-se na região amazônica — que engloba estados como Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, entre outros. Fora da Amazônia, os casos são mais raros, mas apresentam maior taxa de mortalidade.
Apesar dos riscos, a malária tem cura. O tratamento é simples, gratuito e efetivo, desde que iniciado no tempo adequado. A detecção precoce continua sendo uma das principais estratégias para impedir a progressão da doença para formas mais graves.
