Caso Aurora: técnica que deu banho em recém-nascida será ouvida pela Polícia Civil nesta sexta

Investigação apura se lesões em recém-nascida foram causadas por água quente ou por condição médica rara

A Polícia Civil do Acre ouve, nesta sexta-feira (27), a técnica de enfermagem envolvida no caso da recém-nascida Aurora Maria, que sofreu lesões na pele após um banho no Hospital da Mulher e da Criança Irmã Maria Inete, em Cruzeiro do Sul. A servidora será interrogada pela Delegacia de Atendimento à Mulher e Proteção à Criança e ao Adolescente (DEMPCA), que está à frente das investigações.

Técnica será interrogada pela Delegacia de Atendimento à Mulher e Proteção à Criança e ao Adolescente (DEMPCA), que está à frente das investigações/ Foto: Reprodução

O caso aconteceu no último domingo (22). De acordo com a família, Aurora nasceu saudável e teve ferimentos na pele após um banho supostamente realizado com água excessivamente quente. A Polícia Civil realizou perícia no hospital e, segundo o delegado Vinícius Almeida, o sistema de aquecimento da unidade pode atingir temperaturas de até 57ºC. No entanto, ainda não foi possível confirmar a temperatura exata da água usada no momento do banho.

Durante a semana, além dos pais da bebê, outros profissionais da unidade hospitalar também foram ouvidos. A investigação trabalha com duas linhas principais: a possibilidade de lesão causada por negligência no manuseio da água quente e a hipótese de uma condição médica rara, como a epidermólise bolhosa doença genética que causa fragilidade extrema da pele. Um painel genético foi solicitado e está em análise por especialistas em São Paulo, com resultado previsto para até 40 dias.

Após o agravamento do quadro de saúde da bebê, Aurora foi transferida para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte (MG), referência no atendimento a casos graves. O primeiro boletim médico emitido pela unidade mineira apontou que, pelas características clínicas observadas, os médicos trabalham inicialmente com a hipótese de queimaduras.

A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), que acompanha o caso, informou que a técnica de enfermagem foi afastada preventivamente de suas funções e responde a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD). O caso segue sendo investigado para esclarecer a origem das lesões e eventuais responsabilidades.

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