A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Acre (OAB/AC) divulgou que três advogados citados no caso que resultou na morte da advogada Juliana Chaar Marçal, em Rio Branco, solicitaram o desligamento das funções institucionais que exerciam. A informação foi confirmada pelo presidente da entidade, Rodrigo Aiache, em entrevista ao site ContilNet.

A advogada Juliana Chaar, de 36 anos, faleceu após ser atropelada por uma caminhonete: Foto/ Reprodução
Após o ocorrido, os nomes de Keldheky Maia da Silva, Bárbara Maués Freire e João Felipe de Oliveira Mariano passaram a ser analisados pelo Tribunal de Ética e Disciplina da seccional, responsável por investigar possíveis violações às normas que regem a conduta profissional dos advogados. As representações tramitam sob sigilo, conforme previsto pela regulamentação interna, e têm até 120 dias para serem julgadas.
Entre os documentos protocolados está um pedido de declaração de inidoneidade moral para o exercício da advocacia, direcionado a Keldheky Maia, com base no artigo 34, inciso XXVII, do Estatuto da Advocacia. A solicitação foi formalizada pelo advogado Rafael Carneiro Ribeiro Dene, de Cruzeiro do Sul, que também pediu a suspensão preventiva dos três colegas, alegando que as atitudes deles violam os valores da profissão e afetam negativamente a imagem da Ordem.
Keldheky Maia, que presidia a Comissão de Investigação Defensiva da OAB/AC, foi detido em flagrante no dia da tragédia, acusado de porte ilegal de arma, lesão corporal dolosa e danos materiais. Além disso, ele mantém sociedade jurídica com o presidente da seccional, Rodrigo Aiache.
Outro nome envolvido é o de Bárbara Maués, que presidia o Tribunal de Ética da instituição. Segundo o denunciante, Bárbara teria fornecido informações contraditórias em depoimento oficial. Apesar de afirmar que se encontrava dentro do carro no momento do tumulto, vídeos divulgados nas redes sociais a mostram do lado de fora do veículo, ao lado de Keldheky Maia, na área onde a confusão ocorreu.
Entenda o caso
A advogada Juliana Chaar, de 36 anos, faleceu após ser atropelada por uma caminhonete preta durante um tumulto ocorrido em frente a uma casa noturna da capital. Testemunhas relataram que o atropelamento foi intencional. O suposto motorista, Diego Luiz Gois Passo, teve prisão temporária decretada. Imagens de câmeras de segurança flagraram a cena do atropelamento, e a Polícia Civil investiga o caso como homicídio doloso.
Keldheky Maia, que também aparece em vídeos disparando arma de fogo no local, foi preso por porte ilegal de arma, e pode vir a ser indiciado por tentativa de homicídio. Atualmente, ele responde em liberdade provisória e está submetido a medidas cautelares.