A passagem recente do almirante Alvin Holsey, comandante do SOUTHCOM — o Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos — pelo Brasil tem despertado atenção, especialmente por conta de um detalhe específico relacionado ao estado do Acre. Holsey esteve em Brasília no dia 20 de maio, onde foi recebido por autoridades militares brasileiras, incluindo o Ministro da Defesa e os chefes das três forças armadas. Conforme comunicado oficial, o encontro teve como objetivo aprofundar os laços de colaboração militar entre Brasil e Estados Unidos, com ênfase na segurança do continente americano.

A visita ao Acre não foi concretizada, mas a possibilidade chamou atenção dos especialistas em segurança/Foto: U.S. Southern Command
No entanto, o que mais gerou comentários foi a inclusão, a pedido do próprio almirante, de uma visita ao Acre em sua agenda oficial. Esse movimento provocou especulações sobre um possível interesse estratégico por parte dos EUA na região onde Brasil, Peru e Bolívia fazem fronteira.
Segundo uma análise publicada pelo coronel da reserva Gerson Gomes em suas redes sociais — incluindo o YouTube e a plataforma X (anteriormente conhecida como Twitter) —, a motivação norte-americana pode estar relacionada a preocupações com segurança internacional. Entre os pontos levantados estão a possível presença de células extremistas e o envolvimento do grupo Hezbollah em atividades ilegais, como o garimpo de ouro, que ocorreria principalmente no Peru e na Bolívia, mas com possíveis conexões que atravessam para o território acreano.
A análise, que somou mais de 200 mil visualizações, foi amplamente compartilhada por militares da reserva, entre eles o general Eliezer Girão. Ela aponta para a hipótese de que parte dos recursos oriundos da mineração ilegal estaria sendo desviada para financiar atividades do Hezbollah, o que poderia justificar o interesse norte-americano pela área.
Em resposta, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil afirmou por meio de nota que os dois países seguem comprometidos em fortalecer sua parceria regional com foco em estabilidade e segurança a longo prazo. A representação diplomática também frisou que a cooperação entre as nações remonta à época da Primeira Guerra Mundial, indicando um histórico de colaboração consolidado.