TJAC determina novo júri para ex-policial acusado de matar jovem de 13 anos

Anteriormente, Nery havia sido sentenciado a sete anos de reclusão em regime semiaberto

A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) decidiu, nesta quinta-feira (29), anular a sentença que havia condenado o ex-sargento da Polícia Militar, Erisson de Melo Nery, pelo homicídio do adolescente Fernando de Jesus, ocorrido em 2017, quando a vítima tinha apenas 13 anos.

Sargento da PM Erisson Nery/Foto: Reprodução

Anteriormente, Nery havia sido sentenciado a sete anos de reclusão em regime semiaberto. O ex-militar ganhou repercussão pública também por, em 2021, assumir um relacionamento afetivo com duas mulheres — Alda Radine e Darlene Oliveira — o que trouxe visibilidade ao seu nome além do caso criminal.

Com a recente decisão judicial, o processo deverá retornar à fase de julgamento, e um novo júri popular será agendado pela 1ª Vara do Tribunal do Júri de Rio Branco, ainda sem data definida.

Segundo o advogado de defesa, Wellington Silva, o promotor que atuou na primeira sessão do júri teria recorrido a evidências que não faziam parte oficialmente dos autos processuais, entre elas imagens que não estavam anexadas formalmente. Embora o juiz tenha proibido a exibição do material, o representante do Ministério Público teria continuado a mencioná-las durante os debates, o que, segundo a defesa, comprometeu a imparcialidade dos jurados.

Na análise do recurso, o desembargador Elcio Mendes votou por manter a condenação, mas foi vencido pelos colegas Francisco Djalma e Denise Castelo Bonfim. Ambos consideraram procedente a argumentação da defesa, reconhecendo que o uso inadequado de provas externas ao processo pode ter influenciado o veredicto.

Com isso, o julgamento anterior foi oficialmente anulado, e Erisson Nery deverá passar por um novo julgamento perante o Tribunal do Júri.