A Secretaria de Saúde do Acre publicou, nesta quinta-feira (29), uma nova atualização sobre os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e as internações registradas nas unidades hospitalares especializadas do estado.
No total, até a 21ª semana epidemiológica de 2025, foram registradas 11.180 ocorrências de síndrome gripal nas três unidades sentinelas do estado. Esse número está abaixo do registrado em 2023, que chegou a 11.791, mas é superior ao de 2024, que foi de 10.624 no mesmo recorte temporal. Conforme os dados divulgados, a maior parte dos atendimentos tem sido de pessoas entre 20 e 29 anos com sintomas leves. Já os extremos de idade — crianças de até 9 anos e idosos com mais de 60 — continuam sendo os mais afetados, apresentando os maiores índices de agravamento e necessidade de internação hospitalar.

O Acre decretou estado de emergência no último dia 10 de maio/Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo
Segundo o boletim epidemiológico, “em 2025, nas primeiras semanas analisadas, das coletas realizadas em pacientes hospitalizados com SRAG, os resultados mostram os vírus SARS-CoV-2, rinovírus, vírus sincicial respiratório (VSR), influenza B e influenza A como os mais frequentes nos pacientes hospitalizados com diagnóstico de pneumonia, bronquite e bronquiolite”.
Nas semanas recentes, o Acre tem vivenciado um aumento expressivo na ocupação de leitos clínicos e de UTI — com destaque para os pediátricos —, devido ao crescimento no número de casos graves. O secretário estadual de Saúde, Pedro Pascoal, declarou em entrevista ao site ContilNet que, apesar da sobrecarga, a expansão de unidades de atendimento possibilitou uma leve estabilização na taxa de ocupação, ainda que a demanda continue elevada.
Frente a esse cenário, o governo estadual decretou, no dia 10 de maio, situação de emergência na área da saúde pública. A medida, que também está sendo aplicada em outros estados brasileiros, tem como finalidade acelerar respostas emergenciais e otimizar os serviços diante da crescente pressão sobre os hospitais, especialmente os que atendem o público infantil.
Óbitos relacionados à SRAG
As estatísticas apontam que, até o momento, o ano de 2025 teve menos mortes por SRAG do que 2024 no mesmo intervalo. Ainda assim, a faixa etária mais vulnerável permanece sendo a de idosos acima dos 60 anos.
Ao todo, 64 óbitos por SRAG foram registrados nos hospitais acreanos em 2025, distribuídos da seguinte forma:
34 entre pessoas acima de 60 anos;
7 na faixa dos 50 a 59 anos;
3 entre 40 e 49 anos;
4 de 30 a 39 anos;
2 entre 20 e 29 anos;
4 de 10 a 19 anos;
5 de 5 a 9 anos;
3 entre 2 e 4 anos;
2 entre crianças com até 2 anos de idade.
Para efeito de comparação, 117 pessoas morreram por SRAG em 2024, enquanto em 2023 o número foi de 169. No total dos últimos três anos, foram contabilizadas 350 mortes relacionadas a esse quadro clínico.
Alerta para prevenção e vacinação
Em razão do agravamento da situação, o secretário Pedro Pascoal dirigiu um apelo aos pais e responsáveis, enfatizando a importância de cuidados preventivos no ambiente familiar.
“Estamos vivendo um momento que exige união, responsabilidade e ação rápida. Por isso, o Governo do Acre segue ampliando os leitos pediátricos no estado, com mais 10 vagas instaladas neste fim de semana, totalizando agora 70 leitos dedicados às nossas crianças. Desde o início da emergência, temos trabalhado com planejamento e foco em proteger vidas. Mas é essencial lembrar que o cuidado começa em casa, por isso peço aos pais e responsáveis que, se a criança estiver com sintomas respiratórios, evitem mandá-la para a escola e procurem uma unidade básica de saúde já nos primeiros sinais, para evitar complicações graves”, disse.
A coordenadora estadual de Imunização, Renata Quiles, também alertou para o papel da vacinação na prevenção de formas graves da doença.
“Os números de casos e de quadros graves por influenza e Covid-19 estão aumentando em todas as idades. Os hospitais estão lotados por causa das baixas coberturas vacinais. Precisamos manter nossas vacinas em dia — e não apenas contra influenza e Covid-19. Aproveite a visita à unidade de saúde mais próxima da sua casa e mantenha sua caderneta de vacinação atualizada”, destacou.
