A Polícia Civil do Acre finalizou as investigações sobre o homicídio do jovem Micaias Santos de Almeida, de 18 anos, ocorrido em 16 de fevereiro deste ano no bairro Taquari, em Rio Branco. O inquérito revelou que ele e um amigo foram alvos errados em um atentado motivado por conflitos entre grupos criminosos.
Micaias foi atingido por disparos efetuados por dois homens que estavam em uma motocicleta. Ao lado dele, André Silva dos Santos, também de 18 anos, acabou ferido e foi encaminhado ao Pronto-Socorro da capital, conseguindo sobreviver ao ataque. De acordo com o delegado Cristiano Bastos, responsável pelo caso, os dois jovens não possuíam qualquer relação com organizações criminosas — informação que já havia sido mencionada pela família e agora confirmada oficialmente.

Jovem morto em ataque de facção era presidente de clube de futebol em Rio Branco. Foto: Reprodução
Segundo a apuração, os autores do crime estariam monitorando uma festa no mesmo bairro, onde supostamente estariam presentes integrantes de uma facção rival. Ao avistarem Micaias e André passando pelo local, os criminosos teriam confundido os dois com membros do grupo adversário e iniciado os disparos.
“Foram vítimas inocentes de uma disputa entre facções. Não tinham envolvimento com o crime organizado. Os responsáveis pelo ataque estavam preparados para atingir pessoas ligadas a um grupo rival, mas acabaram atirando em quem não tinha qualquer conexão com o conflito”, explicou o delegado.
Durante a investigação, foi constatado que quatro pessoas participaram da ação criminosa, divididas em duas motocicletas, cada uma com dois ocupantes. Dois suspeitos — um de 22 anos e outro de 18 — foram capturados pelo Batalhão de Operações Especiais (BOPE) ainda no bairro onde tudo aconteceu. Um terceiro envolvido segue foragido, e o quarto é menor de idade. O caso do adolescente foi direcionado à Vara da Infância e Juventude.
“Com o inquérito concluído, agora seguimos com as buscas pelo fugitivo. Os dois que estão detidos respondem preventivamente e aguardam o desenrolar judicial do caso. Os nomes seguem sob sigilo, conforme determina a legislação”, destacou Bastos.
As investigações apontam que o grupo criminoso já estava posicionado nas imediações do evento, à espera de um momento para agir. Micaias e André passaram pelo local justamente no instante em que os suspeitos se preparavam para o atentado, o que levou à tragédia.
