Pesquisa Atlas divulgada nesta sexta-feira (2) revela que 85,3% dos brasileiros defendem a demissão imediata do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, após a eclosão do escândalo que envolve fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com descontos indevidos de aposentados. O levantamento, que ouviu mil pessoas entre 29 de abril e 1º de maio, aponta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deveria poupar o ministro da degola – embora o nome de Lupi, filiado ao PDT do presidenciável Ciro Gomes, não tenha sido citado em nenhum momento no inquérito do caso.
No entanto, o INSS é subordinado à pasta coordenada por Lupi, o qual, nos últimos dias, reconheceu que estava ciente de que havia denúncias de irregularidades. O esquema no INSS foi revelado pelo site de notícias Metrópoles, de Brasília, numa série de reportagens iniciadas em dezembro de 2023, que levaram à instauração de inquérito pela Polícia Federal (PF) para investigar cobranças feitas por entidades registradas em nome de laranjas.
Carlos Lupi ao lado do presidente Lula: ministro da Previdência é pressionado após escândalo de descontos ilegais no INSS/Foto: Reprodução
Segundo o levantamento, 84,4% dizem estar cientes e acompanhando de forma constante o assunto, enquanto 15,6% afirmam saber pouco sobre a pauta. A sondagem ouviu mil pessoas de terça-feira (29) até esta quinta-feira (1º). A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
A pesquisa também perguntou aos entrevistados se conhecem vítimas do esquema dentro do INSS. Ao todo, 58% disseram não ter sido afetados nem conhecer alguma vítima dos descontos indevidos nos benefícios. Já 35,6% afirmam conhecer alguém que tenha sido vítima do caso. Outros 6,4% dizem ter sido vítimas dos descontos indevidos.
Até o momento, o Planalto sinaliza que Lupi deve permanecer no cargo. Porém, nesta quinta, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), disse que a demissão de Lupi vai depender da reação dele à crise sobre o tema. “A continuidade do ministro vai muitas vezes de uma avaliação política e não se ele tem culpa ou não. E vai também do próprio ministro avaliar se tem condições de dar resposta. É uma decisão política”, afirmou Marinho.
Petistas próximos a Lula dizem que a reação do ministro foi considerada insuficiente no Palácio do Planalto, o que hoje pesa contra Lupi.
