O Hospital da Criança, oficialmente nomeado Hospital Iolanda Costa e Silva, está operando com ocupação elevada nos setores destinados ao atendimento pediátrico. No momento, 14 dos 20 leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estão em uso — o que representa uma taxa de 70%. A situação nos leitos clínicos é ainda mais preocupante: das 70 vagas disponíveis, 63 estão preenchidas, mesmo após a ampliação feita no sábado (24), uma medida adotada para conter a crescente procura.

Dados estão no painel de monitoramento da Sesacre/Foto: Reprodução
Esse cenário está diretamente ligado ao avanço dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no estado, o que motivou o governo do Acre a declarar emergência na saúde pública no último dia 10 de maio. A pressão sobre os serviços hospitalares atinge tanto o setor público quanto a rede privada, sendo especialmente crítica entre crianças de pouca idade.
Conforme revelado pelo Boletim InfoGripe, divulgado pela Fiocruz na sexta-feira (23), o Acre figura entre as 20 unidades da federação com tendência de crescimento nos registros da SRAG. O aumento de contaminações pelos vírus influenza A e pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é apontado como fator predominante, atingindo de forma mais acentuada crianças com até quatro anos e idosos.
Grupos mais afetados
De acordo com o 20º Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), entre as semanas 1 e 20 de 2025, o Acre notificou 953 hospitalizações por SRAG. As crianças de 0 a 9 anos são as mais atingidas, seguidas pelos idosos com 60 anos ou mais — justamente os grupos com maior vulnerabilidade à evolução de quadros respiratórios para formas mais severas.
As internações estão concentradas principalmente em dois municípios: Rio Branco, que responde por 455 casos, e Cruzeiro do Sul, com 122 registros. O boletim aponta que, a partir da 17ª semana epidemiológica, os números vêm subindo continuamente, sem sinais de desaceleração.
Entre as unidades com maior número de atendimentos por SRAG em 2025 estão o próprio Hospital Infantil Iolanda Costa e Silva, o Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (HUERB) e o Hospital Regional do Juruá.
Outro dado preocupante é o baixo índice de vacinação nos grupos prioritários. A meta de cobertura vacinal estipulada para o estado — 95% — está longe de ser alcançada. Atualmente, o índice é de apenas 43,08%.