Um dinossauro com penas pode ter sido o primeiro a usá-las para voar, aponta um estudo publicado na revista Nature. A descoberta foi feita com base em um fóssil preservado de Archaeopteryx, gênero que viveu há cerca de 150 milhões de anos no que hoje é a Alemanha.
Entenda:
- Um dinossauro que viveu há cerca de 150 milhões de anos pode ter sido o primeiro a usar suas penas para voar;
- Pesquisadores passaram mais de um ano analisando um fóssil de Archaeopteryx para o estudo;
- Ao contrário de outros dinossauros emplumados, o Archaeopteryx possuía penas específicas que também são observadas nas aves modernas;
- Essas penas eram justamente o diferencial que permitia a propulsão do dinossauro durante o voo.

O primeiro fóssil de Archaeopteryx foi descoberto na Alemanha há 160 anos. Graças às suas penas visíveis, o espécime segue até hoje como o fóssil de ave mais antigo encontrado. Mas o gênero também possui algumas semelhanças com os dinossauros, como mandíbulas cheias de dentes afiados, uma cauda óssea e um segundo dedo conhecido como “garra da morte”.
Equipe analisou fóssil de dinossauro por mais de um ano
Pela delicadeza do fóssil, ele jamais pôde ser retirado completamente da rocha em que foi encontrado. Por isso, a equipe precisou recorrer à tomografia computadorizada e luz UV para analisar o fóssil em detalhes no estudo – processo que durou mais de um ano.
“A tomografia computadorizada foi muito importante para o nosso processo de preparação – ela nos permitiu saber coisas como: o osso está exatamente 3,2 milímetros abaixo da superfície da rocha, o que nos permitiu saber exatamente a que distância poderíamos ir antes de atingir o osso. Esta é a primeira vez que um Archaeopteryx completo passou por tomografia e os dados foram disponibilizados”, explica Jingmai O’Connor, líder do estudo, em comunicado.
Dinossauro usava penas para voar como as aves modernas

De acordo com a equipe, ainda que o Archaeopteryx não tenha sido o primeiro dinossauro com penas, o gênero pode ter sido o primeiro que conseguiu usá-las para voar. Isso porque, ao contrário de outros dinossauros emplumados, o animal tinha penas assimétricas também observadas nas aves modernas que são essenciais para a propulsão durante o voo.
“Nosso espécime é o primeiro Archaeopteryx preservado e preparado de forma que possamos ver suas longas penas terciais. […] Isso nos diz que esses dinossauros não aviários não conseguiam voar, mas o Archaeopteryx conseguia. Também reforça as evidências que sugerem que os dinossauros evoluíram o voo mais de uma vez — o que eu acho muito empolgante”, completa O’Connor.