EUA pressionam Brasil a rotular PCC e Comando Vermelho como terroristas

Objetivo da proposta é endurecer sanções e ampliar combate ao crime transnacional, mas Brasil rejeita a ideia

Representantes do governo dos Estados Unidos pediram oficialmente ao Brasil que classifique as facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas. O pedido foi feito durante uma reunião em Brasília com autoridades brasileiras.

A proposta foi liderada por David Gamble, chefe interino da coordenação de sanções do Departamento de Estado norte-americano. De acordo com os EUA, ao rotular os grupos como terroristas, seria possível impor sanções econômicas mais duras e fortalecer a cooperação internacional contra o crime organizado.

Representantes do governo dos Estados Unidos pediram oficialmente que classifique as facções criminosas PCC  e CV como organizações terrorista

Washington argumenta que a classificação traria mais eficiência ao enfrentamento de redes criminosas que atuam além das fronteiras, envolvidas em tráfico de drogas, armas, lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas.

Apesar da pressão americana, o governo brasileiro recusou o pedido. O argumento central é que a legislação nacional define terrorismo com base em motivações ideológicas, políticas ou religiosas — o que não se aplicaria a facções cujo principal objetivo é o lucro.

A recusa brasileira reflete uma diferença jurídica entre os dois países sobre a definição de terrorismo. No Brasil, essa classificação não pode ser atribuída a organizações criminosas comuns, mesmo que transnacionais e violentas.

A recusa brasileira reflete uma diferença jurídica entre os dois países sobre a definição de terrorismo /  Foto: Reprodução

A conversa entre os dois países demonstra o esforço dos EUA em internacionalizar o combate ao crime, especialmente no continente sul-americano, onde o PCC e o CV têm expandido sua influência para países como Paraguai, Bolívia e Colômbia.

Apesar do impasse, os dois governos continuam cooperando em temas de segurança, inclusive com troca de informações e operações conjuntas de inteligência para enfraquecer as facções que operam além das fronteiras nacionais.

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